No ano passado, o Brasil somava 13,5 milhões pessoas com renda mensal per capta inferior a R$ 145 por dia, considerado condição de extrema pobreza pelo Banco Mundial.
Esse número é equivalente à população de Bolívia, Bélgica, Cuba, Grécia e Portugal.
Embora o percentual tenha ficado estável em relação a 2017, subiu de 5,8%, em 2012, para 6,5% em 2018, um recorde em sete anos.
Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre a proporção de pobreza e extrema pobreza dos estados, Santa Catarina registra o menor índice, conforme a tabela abaixo:
Bolsa Família: O gerente do estudo, André Simões, ressalta que são necessárias políticas públicas para combater a extrema pobreza:
“Esse grupo necessita de cuidados maiores que seriam, por exemplo, políticas públicas de transferência de renda e de dinamização do mercado de trabalho. É fundamental que as pessoas tenham acesso aos programas sociais e que tenham condições de se inserir no mercado de trabalho para terem acesso a uma renda que as tirem da situação de extrema pobreza”.
O valor do indicador de pobreza do Bolsa Família (R$ 89), é, inclusive, inferior ao parâmetro global de R$ 145.
Isso mostra que o benefício não é suficiente para tirar as pessoas da extrema pobreza.
A pobreza atinge sobretudo a população preta ou parda, que representa 72,7% dos pobres (38,1 milhões de pessoas):
Rendimento domiciliar per capita médio de pretos ou pardos é metade do recebido pelos brancos
Em 2018, pessoas de cor preta ou parda tiveram rendimento médio domiciliar per capita de R$ 934.
É quase metade do rendimento de R$ 1.846 das pessoas de cor branca.
Em relação às condições de moradia, 56,2% (29,5 milhões) da população abaixo da linha da pobreza não têm acesso a esgotamento sanitário, 25,8% (13,5 milhões) não são atendidos com abastecimento de água por rede e 21,1% (11,1 milhões) não têm coleta de lixo.
Entre pretos e pardos, 42,8% (49,7 milhões) não são atendidos com coleta de esgoto, 17,9% (20,7 milhões) não têm abastecimento de água por rede e 12,5% (14,5 milhões) não têm acesso a coleta de lixo.