Um cenário complexo
Com a revolução tecnológica e os avanços no desenvolvimento de sistemas de inteligência Artificial (IA), paira sobre as atividades humanas uma ameaça crescente, um medo de que as máquinas avançarão tanto que, mais do que nos auxiliarem nas tarefas que hoje executamos no dia-a-dia, chegarão ao ponto em que nos substituirão em diversos aspectos da vida, principalmente no ambiente de trabalho.
Já há sinais e exemplos de sistemas de IA que trabalham mais rápido e melhor que humanos em funções como interpretação de exames médicos por imagem, consolidação de centenas de contratos em uma operação de fusão de mega-corporações, construção de modelos de eficiência para sistemas de trânsito e etc. Com isso, até onde os computadores inteligentes poderão ir?
A tão famosa Lei de Murphy diz que “Tudo que pode dar errado, dará”. Uma variação dessa lei, aplicada às novas tecnologias digitais cognitivas aponta que “Tudo que puder ser automatizado, será”.
Os sistemas de Machine Learning estão evoluindo a passos largos para reconhecer padrões e entregar resultados de forma mais eficiente que os humanos, sempre que as atividades sejam automatizáveis e flutuem dentro de parâmetros bem definidos.
Nos próximos anos, essa capacidade vai aumentar exponencialmente, substituindo cada vez mais atividades que hoje são exclusivas dos seres humanos.
O domínio humano da criatividade
Há uma fronteira que, além de não ter sido superada até agora, deve demorar muito tempo para ser rompida pelas máquinas: Os trabalhos criativos e inovadores.
Isso porque a IA trabalha baseada com informações do passado, que são inseridas no sistema, e depende de parâmetros definidos pelo software original.
A partir desses dados é que a IA pode criar novas saídas, mas esses resultados são sempre diretamente relacionados ao que foi originalmente inserido.
Assim, até agora, a IA que conhecemos, é extremamente especializada, unidimensional e não pode ser comparada à capacidade criativa humana, que é multidimensional e opera no tempo e no espaço, interagindo com outros humanos e criando novos eventos e resultados a cada momento.
O futuro: Integrar e construir novos significados
Mas um novo caminho é possível. A integração entre IA e a criatividade humana, sim, pode gerar resultados ainda mais extraordinários.
A IA entra no processo com a capacidade de processar grandes volumes de informações, reconhecer padrões e gerar saídas alternativas, enquanto o ser humano pode interpretar aquelas informações e conectá-las com seu repertório, seu ferramental criativo e criar novas possibilidades que não eram pensadas antes.
Essa fusão de potencialidades é o caminho do futuro e já estamos vendo alguns exemplos promissores:
- Sistemas de geração de textos que criam novos parágrafos a partir de trechos de obras de escritores, e os autores reinterpretam as novas possibilidades, criando novas estruturas narrativas inovadoras;
- Sistemas de edição de imagens que automatizam processos liberando o criativo para focalizar seu trabalho no desenvolvimento de novas ideias sem perder tempo em tarefas repetitivas;
- Sistemas de suporte no desenvolvimento de computação gráfica, que aceleram processos e otimizam os tempos e o foco cognitivo dos criativos, ajudando a gerar trabalhos com melhor resultado estético em menos tempo.
As possibilidades são infinitas e estamos apenas no início dessa revolução criativa.
Quanto mais entendermos a Inteligência Artificial como um aliado e não como um inimigo, mais criativo será o trabalho gerado pelos profissionais, aproveitando essa nova onda tecnológica em vez de reclamar que ela existe.
Aproveite você também e comece a pesquisar sobre como a IA pode auxiliar no seu trabalho criativo, para ter mais tempo no que mais interessa: criar beleza para o mundo.