Um grupo de pesquisadores do Laboratório de Pesquisa em Refrigeração e Termofísica (Polo) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está trabalhando em parceria com a Petrobras em um projeto para aperfeiçoar a segurança nos poços de exploração de petróleo da empresa.
O projeto tem o gerenciamento financeiro da Fundação Stemmer para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (Feesc) e está em sua segunda fase, que vai até 2021.
O espaço é vinculado ao Departamento de Engenharia Mecânica da instituição, coordenado pelo professor Jader Barbosa Jr:
“O problema em estudo é bastante específico: existem alguns fenômenos térmicos que ocorrem em poços de exploração de petróleo que fazem as estruturas aquecerem muito”.
Ele destaca que “os poços são estruturas relativamente complexas, que possuem cavidades seladas, preenchidas com as chamadas lamas de perfuração, um fluido que eles usam para perfurar o poço. Então essas camadas ficam aprisionadas ali e, à medida que o poço vai produzindo e aquecendo essas cavidades seladas, o fluido esquenta, não tem para onde escapar e vai se expandir. A consequência é que a pressão aumenta e pode chegar a níveis muito altos, comprometendo a estrutura física do poço”.
Com o início da exploração da camada do pré-sal, a preocupação com a elevação dos riscos aumentou:
“Com camadas cada vez mais profundas de exploração, esse problema agrava-se cada vez mais porque as condições são mais extremas. Então, este é um problema de grande importância para a Petrobras”.
O pesquisador explica que “a estrutura física do poço pode ficar comprometida, ir a colapso, com vazamentos e fortes impactos ambientais e até a perda do poço. Por isso, o grande interesse da empresa e da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) no estudo deste fenômeno”.
Desenvolvimento
O projeto de pesquisa está na segunda fase. A primeira foi realizada de 2014 a 2017 e a atual começou em 2018 e vai até 2021.
Na primeira etapa o trabalho contou com a participação de dois professores, cinco alunos de graduação, dois mestrandos, um doutorando, além de bolsistas de iniciação científica.
Agora, além dos professores, na equipe há um doutorando, um mestrando, dois alunos de iniciação científica e um engenheiro, que está aprimorando o programa de computador desenvolvido na primeira fase para simular diferentes cenários do fenômeno em estudo.
“A ideia é que o programa possa ser usado efetivamente na Petrobras. Então, para que isto seja possível, uma série de melhorias está sendo feita neste programa de computador para que ele possa ser usado de maneira mais efetiva e mais assertiva pelo pessoal da empresa e isto já está acontecendo agora”, ressalta o professor.