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O poder da economia criativa: caminhos para o Brasil

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O Brasil é famoso por ser um terreno fértil para expressões artísticas em todos os níveis, especialmente à nível popular.

Artesanato, arte e manifestações culturais dos mais diversos tipos prosperaram nessa terra em que se formou um grande caldeirão de raças, culturas, ideias e atitudes.

Do Maracatu ao Samba, do Boi-Bumbá ao Carnaval, a sinergia e o sincretismo vai além da religião e toma conta de tudo, criando assim, novos sons, comidas, cheiros e sabores.

O povo brasileiro é um dos povos mais expressivos e criativos do mundo.

Belos exemplos pipocam por todo lado, de norte a sul e de centro-oeste a sudeste, passando, claro pelo nordeste.

Grandes nomes da literatura, pintura, escultura, enfim, todas as artes e artesanatos. 

Mas, infelizmente, em relação a inovação, ficamos muito atrás em todos os rankings.

Inovação, nesse contexto, é a capacidade de lançar no mercado novos produtos, serviços, processos e modelos de negócios, gerando riqueza e transformando capital intelectual em capital financeiro.

Afinal, a base do sistema capitalista é o dinheiro e infelizmente nota-se uma grande dificuldade em transformar nossa criatividade natural em dinheiro. 

As ideias do povo brasileiro não se escalam, não ganham o porte que deveriam e morrem na praia.

Vemos outros povos muito menos criativos construir coisas grandiosas com seu capital intelectual e ter uma economia criativa muito mais forte.

Porque isso acontece? Eu acredito que o que falta é método e conhecimento para poder fazer essa transformação de forma crescente e consistente.

No Brasil a crença é de que a criatividade é um dom natural, uma dádiva da natureza e que não pode ser aprendida e nem pode ser sistematizada. Com isso, acabamos perdendo grandes oportunidades por conta disso.

O “jeitinho brasileiro” não é exclusividade nossa

O tal “jeitinho brasileiro” é ao mesmo tempo uma dádiva e uma maldição.

Uma dádiva, pois permite que pessoas sem nenhum recurso material criem soluções absolutamente geniais para problemas do dia-a-dia ou formas de expressão belíssimas com recursos mínimos, em um dos países mais desiguais do mundo.

Uma maldição porque o brasileiro acaba achando que vai sempre dar um jeito, e não sistemática o que faz, não replica, não escala e, com isso, acaba ficando sempre na mesma.

E tem um agravante: O “jeitinho” não é exclusividade do brasileiro.

Não é nenhuma diferença na nossa composição que valide a ideia de que seja só nosso e basta ver qualquer população pobre na África, na Ásia, em qualquer lugar, que você vai ver outras ideias e soluções super criativas e expressivas, ou seja, todos tem o seu jeitinho peculiar. 

A transformação é possível

O que precisamos é de um sistema que leve em conta da mesma maneira criatividade e método, conhecimento e intuição, estrutura e liberdade, para, assim, equilibrar a equação e criar condições para o nosso potencial criativo, se desenvolver plenamente utilizando os talentos das pessoas nas diversas áreas do conhecimento, integrando o lado direito e o esquerdo do cérebro das pessoas e, como consequência, gerando riqueza de verdade e elevando toda a sociedade. 

Na prática, precisamos de aulas de criatividade, música, dança, expressão artística, história da arte, ao mesmo tempo que precisamos de capacitação em empreendedorismo, gestão financeira, desenvolvimento de projetos.

Uma abordagem holística é o que vai transformar os jovens da nova geração em uma nova força de trabalho criativa e, quem sabe executar as ideias, mudando a realidade para melhor. 

Temos todas as condições para realizar esse sonho. Basta ter vontade política, planejamento e efetivamente, começar a fazer. Eu acredito que é possível. E você?

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Estrategista de marcas, especialista em inovação de marketing, fundador da Nexia Branding e sócio-fundador do Fluxo.

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