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Liderança feminina: características de 4 mulheres que chegaram lá

O Brasil tem a 7ª maior proporção de mulheres entre os empreendedores iniciais, mas o Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2018 mostra que a conversão dessas profissionais em donas de negócios é 40% mais baixa que de homens.

Como um possível motivo para isso, o estudo indica que 55,4% das mulheres trabalham em casa, sem sede fixa, contra 35% dos homens, de modo que se torna mais árduo conciliar as funções.

Uma pesquisa realizada pelo Insper e Talenses mostra que as mulheres já correspondem a 13% dos CEOs brasileiros.

São muitas as barreiras que permeiam a trajetória profissional das mulheres, mas a cada dia mais elas buscam superar os desafios e ocupar mais espaços de destaque, mostrando competência.

Confira o que dizem 4 executivas sobre características que as auxiliaram na superação dos desafios e na conquista das posições que ocupam hoje.

Motivação e propósito

A predominância masculina em setores da economia como a construção civil e a tecnologia não foram razões para desmotivar Paula Lunardelli.

Engenheira civil, fundadora e CEO de uma startup focada em gestão de obras, a empreendedora lidera também a vertical construtech da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate). 

Para empreender, Paula saiu do mercado de trabalho onde recebia um salário fixo padrão, guiada por seu propósito e motivação:

“Nunca me conformei com a falta de evolução do setor, então é uma satisfação fazer parte desse movimento de transformação”, relata. “Eu ainda vejo poucas mulheres em posições parecidas com a minha para a realização de trocas, mas tenho encontrado cada vez mais e acredito que isso só tende a aumentar. Sempre me posicionei como igual em todos os tipos de situações profissionais, e acho que essa é uma dica importante para contribuir no aumento da sensação de segurança das mulheres no ambiente de trabalho”.

Coragem e objetividade

Deixar uma carreira consolidada em uma grande empresa para se arriscar no mundo do empreendedorismo também foi o caminho da CFO da Diálogo Logística, Mariele Franceshi.

O movimento aliou coragem a um perfil técnico e objetivo, que ela enxerga como essenciais para ter sido convidada a entrar na sociedade:

“Os sócios me conheciam pois trabalhamos juntos na empresa em que comecei como estagiária. Eu já tinha vontade de empreender, e naquele momento, senti muita confiança que daria certo, pois fizemos o planejamento financeiro de forma objetiva para a fundação da Diálogo”.

A empresária destaca que mesmo quando era funcionária, já tinha uma mentalidade de dona, mas que hoje, como empresária, vê que os desafios e as responsabilidades são ainda maiores:

“Meu perfil objetivo, ainda mais sendo mulher, às vezes causa impacto em outras pessoas, mas como responsável por toda a governança, controladoria e financeiro da empresa, isso é fundamental”.

Determinação e persistência

Mas não são todas as pessoas que entendem objetividade como uma característica da liderança feminina.

Ao longo de sua atuação com pesquisas na Universidade do Vale do Itajaí, a psicóloga Michelly Dellecave, Chief Marketing Officer e cofounder da startup Pulses, identificou que esta característica é muito mais comumente relacionada à liderança masculina:

“A liderança feminina ainda está relacionada a aspectos emocionais de sensibilidade, enquanto a masculina é associada a objetividade e foco. Um dos nossos maiores desafios é mostrar que somos tão capazes e competentes quanto os homens, sem precisarmos nos masculinizar para isso”.

Em paralelo com sua atuação na startup, Michelly também foi consultora, professora de graduação e pós, orientadora e pesquisadora na Univali.

“Por uma questão cultural, nós precisamos de muita determinação e persistência, porque além de sermos sempre colocadas em teste, ainda temos um esforço a mais de enfrentar jornadas duplas e até triplas no trabalho e em casa.  Então, não permita que nada te defina ou limite. Nós também podemos tudo”, aconselha.

Superação e desenvolvimento constante

Mudar de área e ajudar a construir um novo setor foi um dos principais desafios enfrentados por Mônica Dalosto, Chief Risk Officer e uma das sócias do Asaas.

A administradora ingressou no setor de tecnologia pela área financeira e acompanhou a empresa desde o início, em 2013.

Em 2016, foi convidada a integrar o time de sócios, deixou o setor operacional para a assumir a missão de implementar práticas de prevenção de riscos na fintech que desenvolve uma conta digital para empreendedores.

“Hoje coordeno 13 pessoas no setor. Ainda assim, por trabalhar em um startup, sempre sou desafiada a pensar além, buscar novos conhecimentos e melhorar”, completa. Para as mulheres que querem assumir a liderança, Mônica aconselha a acreditar em si mesma. “Não parar de estudar, e buscar outros modelos de mulheres para se espelhar também ajuda. Como líder, procuro identificar os pontos fortes de cada pessoa da equipe e tirar o melhor delas para que se desenvolvam”, conclui.

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