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Mulheres na tecnologia: solução para o gap de profissionais no segmento

O setor de tecnologia possui muita dificuldade de encontrar profissionais qualificados.

Esse gap fica ainda maior quando o assunto se refere às mulheres no mercado de trabalho da área.

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que a área de tecnologia deve muito às mulheres.

Ada Lovelace foi a fundadora da computação científica no século 18 (1815 – 1852).

Durante a Segunda Guerra Mundial, ela foi uma das cinco mulheres responsáveis por escrever instruções para o primeiro computador programável totalmente eletrônico do mundo.

O seu algoritmo permitia que o equipamento calculasse valores de funções matemáticas.

Em 1974, no bacharelado em Ciência da Computação do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (USP), as mulheres representavam 70% da turma.

Infelizmente, não evoluímos tanto nos anos seguintes. Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), só 20% dos profissionais que atuam no mercado de tecnologia são mulheres.

E a raiz do problema não está atrelada ao grau de educação. Segundo o IBGE, as profissionais de do segmento têm grau de instrução mais elevado do que os homens do setor no Brasil, mas, mesmo assim, ganham 34% menos do que eles.

Em Santa Catarina, segundo o Observatório da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), 17.974 mulheres estão empregadas na área. O número representa 39,6% dos funcionários do setor.

No entanto, Florianópolis, conhecida como o maior polo tecnológico do Brasil, já conta com entidades e empresas que se movimentam para mudar essa realidade feminina.

Na Ahgora, empresa que desenvolve software para RH, o número de mulheres no quadro de funcionários é bem maior do que a média do setor.

“Elas ocupam 48% das vagas, muitas delas técnicas, como desenvolvedoras, produção, assistência técnica e hardware“, destaca Lázaro Malta, CEO da Ahgora.

Segundo ele, ainda hoje, as profissões relacionadas à tecnologia são vistas como majoritariamente masculinas. Além disso, existe uma cultura milenar vinda de sistemas educacionais e familiares que influenciam as escolhas profissionais femininas.

“Os três motivos que as próprias mulheres alegam para não entrarem no mercado de tecnologia são: falta de interesse, não acreditarem ser boas em tecnologia e não acharem que irão trabalhar com pessoas com as quais se sentiriam confortáveis ou felizes. Nosso objetivo é justamente eliminar essa visão dando mais oportunidades e fazendo com o ambiente de trabalho seja convidativo”, explica.

E foi essa a visão inspiradora que Milena Alvarez teve ao colocar os pés na empresa há pouco mais de um ano. Segundo a gerente de marketing, a sororidade é o ponto mais importante:

“Eu aprendi muito, me fortaleci e me inspirei em grandes mulheres que conheci nessa jornada. Quando você entende a importância dessa união, você começa a ser um agente transformador e contribui para empoderar mulheres para acreditarem nelas mesmas e serem resilientes quando falamos em um assunto tão enraizado e natural na nossa cultura que é o machismo. É muito gratificante ver a construção de um movimento que não diz mais respeito à mulheres apenas. Muitos homens são aliados na busca por esse reconhecimento e encaram lado a lado a evolução das mulheres nas empresas de tecnologia”.

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