Com o objetivo de trazer inovação para solucionar problemas de empresas ou de setores do Estado, um hackaton pode durar de horas a semanas.
A ideia é reunir pessoas para trabalharem em conjunto criando softwares ou propondo soluções inovadoras para algum problema.
Oferecendo mentorias, rodas de conversa com especialistas e diversos aprendizados pelo caminho, essa maratona pode também impulsionar a carreira dos participantes.
Esse é o exemplo de Daniel Duarte, que, em 2019, junto com mais sete colegas, desenvolveu o E-Defensoria, plataforma para digitalização do trabalho das Defensorias Públicas no país, durante o Global Legal Hackathon, que ocorreu na sede da Softplan, em Florianópolis.
Em 2020, a terceira edição do evento também ocorrerá no Rio de Janeiro, São Paulo e em outras oito cidades, de 6 a 8 de março.
Na época, o coordenador de Suporte e Desenvolvimento da Softplan, chegou à etapa nacional do evento.
Com todos os braços do Judiciário de Santa Catarina já digitalizados, a solução surgiu para que o atendimento feito pela entidade fosse realizado por meio de um aplicativo, onde as dúvidas e os agendamentos dos assistidos pudessem ser feitos virtualmente.
Hoje, gerente de Tecnologia da Defensoria Pública de Santa Catarina, Daniel vem colocando em prática tudo o que foi discutido em 52 horas, executando o plano de automação, que criou há um ano, dentro da DP/SC.
Para Marcos Florão, diretor de Inovação e Novos Negócios da Softplan, os resultados de um hackaton podem ir além da mudança de carreira, estimulando soft skills, como a cooperação, a concentração e a criatividade dos participantes:
“O processo da maratona é criado como uma força-tarefa para o surgimento de novas soluções, por isso, consequentemente, seus benefícios também impactam a integração e dinamismo dos times nas empresas”.
Os eventos do tipo hackathon também ajudam no desenvolvimento de liderança.
Em um time montado para o evento, nem todos são trabalham como líderes, mas todos devem opinar.
Assim, para Daniel, a prática da maratona deveria acontecer com mais frequência e impactar ainda mais pessoas.
“Abranger as escolas e os estudantes, trazendo o meio acadêmico para esses eventos, seria de extremo valor para o crescimento desses jovens, tanto como estudantes, quanto como profissionais”, afirma.
Há quase 10 anos na mesma empresa, ele saiu de sua zona de conforto e decidiu investir na sua ideia, o que o levou a assumir, um mês depois, a área de TI da Defensoria de Santa Catarina.
Este ano, a solução já está instalada em Palhoça e esperando a validação para ser implantada por toda Santa Catarina, cobrindo todo o processo de atuação dos defensores públicos, desde o atendimento inicial à emissão dos documentos do final do processo.
Sobre o evento: O Global Legal Hackathon é uma maratona mundial de programação e criação de soluções para melhorar o acesso à Justiça. Ele ocorre em três etapas, com a primeira fase disputada em doze cidades brasileiras, de 6 a 8 de março, e a grande final apresentada em Londres, no dia 16 de maio.
Este ano, a primeira etapa ocorreu nas cidades de Florianópolis e Balneário Camboriú (SC), Manaus (AM), Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Fortaleza (CE), Aracaju (SE), Curitiba (PR), Cuiabá (MT), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).
Os vencedores na etapa em Santa Catarina foram:
1º lugar: Abraceme, plataforma web e aplicativo que permite adultos de se tornarem padrinhos afetivos de crianças e jovens que esperam pela adoção. A solução cria o perfil dos padrinhos para que a interação com as crianças tenha uma maior conexão.
2º lugar: Iara, assistente virtual para o Ministério Público, com linguagem de processamento natural, que rastreia as redes sociais em busca de crimes de violência doméstica denunciados na internet. Como muitos desses crimes não chegam às instituições oficiais, como delegacias e Ministérios Públicos, a Iara entra em contato com as vítimas em busca de informações detalhadas para o oferecimento da denúncia.
3º lugar: Tami, assistente virtual do advogado, construída com base em Processamento de Linguagem Natural, que permite consultas a processos judiciais. Aplicação funciona por comando de voz e oferece o gerenciamento das pendências e da agenda do advogado. A Tami ainda envia mensagens por meio da integração entre os demais aplicativos conectados no celular.