Em tempos de enfrentamento da pandemia do coronavírus, o tema inteligência emocional nunca esteve tão em alta.
Na realidade, estudos na área da psicologia apontam que o período incerto, qualquer que ele seja, impacta o ser humano num grau maior ou menor, o que determina esse impacto é a maturidade emocional de cada um.
De acordo com Vanusa Cardoso, psicóloga, master coach e professora da Fundação Fritz Müller (FFM), ter maturidade emocional significa saber superar medos e ansiedades:
“Nos momentos de caos é quando nossos mecanismos de sombra disparam. Todos os nossos medos, inseguranças e bloqueios vêm à tona deixando-nos com os nervos à flor da pele. Isso tanto no âmbito pessoal quanto no profissional. Entender esse processo e saber lidar com essas sombras é que determinam a forma como a pessoa vai encarar os estágios da mudança que está pela frente”.
São cinco os estágios psicológicos de qualquer mudança, de acordo com a especialista:
- O primeiro é a negação, quando a tendência é não acreditar no acontecimento.
- O segundo é a luta, a raiva, quando os sentimentos de revolta falam mais alto.
- O terceiro é negociação, uma espécie de barganha interna e externa.
- O quarto é a depressão, a tristeza e a paralisação diante do novo cenário.
- E por fim tem a aceitação, que é quando a racionalidade ganha espaço e a conscientização sobre a mudança se concretiza.
No âmbito empresarial, cada colaborador enfrenta esses estágios a sua maneira e esse é um dos motivos que levam o líder a ser colocado em xeque constantemente.
“O líder precisa, além de ter maturidade para continuar gerenciando o negócio, ter também sensibilidade para lidar com cada um dos colaboradores que compõem a sua equipe. Por isso é preciso se manter calmo, saber ponderar para tomar as melhores decisões, com coerência. É o momento de se reconectar com a essência da empresa e ao chegar na fase da aceitação, é hora de se reinventar”, comenta.
Para a professora, nunca a Missão, a Visão e os Valores das empresas estiveram tão expostos na prática.
Ou seja: é agora que funcionários, fornecedores e clientes podem verificar se os princípios daquele negócio são efetivamente reais ou não passam de palavras bem escritas.
“É o momento das empresas provarem seus propósitos no mercado, de mostrarem empatia e humanização medidas pela razão – porque isso é possível. As empresas que tomarem decisões apoiadas nos seus valores vão ter uma colheita de confiança dos seus times muito grande após tudo isso passar. Coerência e congruência são as palavras-chave. Um líder mais humano e preparado, que se aproxima da sua equipe inclusive no cenário atual, faz diferença nesse período”, esclarece.