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Na pandemia, colaboração, conhecimento e inovação se tornaram essenciais

Por Everaldo Arthur Grahl, presidente da Fundação Fritz Müller


Podemos tirar muitas lições desse momento crítico da pandemia e da crise que estamos vivenciando, e aplicar essas lições na vida e nas empresas. Observando os fatos, comportamentos e o que se tem falado nas mídias, eu entendo que três aspectos são fundamentais para amenizar os impactos dessa crise.

Primeiro é a colaboração. Tenho participado de vários grupos que procuram realizar ações para combater o coronavírus, seja com pessoas de minha rede de contato, seja com pessoas que às vezes mal conheço. Mas o espírito solidário prevalece e tentamos ajudar, mobilizar e avançar com ações importantes. Vi iniciativas de empresas concorrentes, pessoas com ideologias diferentes, cargos e funções bem distintos e isso não impediu o trabalho colaborativo.

Esse espírito aglutinador pode ser usado nas nossas organizações, para junto com os clientes, colaboradores, gestores e todos os atores enfrentarmos os desafios para garantir a continuidade dos negócios e principalmente a volta do crescimento.

O segundo aspecto é o conhecimento. Em várias manifestações públicas percebemos a importância de ter acesso à informação, saber como manter a limpeza, a higiene pessoal e o comportamento. A necessidade de ouvir e saber respeitar especialistas que têm formação adequada e experiência para poder ajudar nesse momento crítico é fundamental. Da mesma forma, como estamos percebendo o quanto o conhecimento é usado para enfrentar essa pandemia, podemos valorizar o conhecimento nas empresas.

Podemos incentivar a busca pelo conhecimento formal, através de uma formação compatível com nosso negócio, uma graduação numa instituição reconhecida, também uma pós-graduação, capacitações de curta e média duração que permitam a manutenção de informações sobre técnicas e metodologias que vão ajudar na aplicação em nossos problemas cotidianos.

Podemos também incentivar o conhecimento informal, através de leitura de artigos, livros, participação em eventos virtuais que podem ajudar e muito as organizações. Se possível, criar na empresa ou em encontros setoriais um conjunto de boas práticas de gestão, que poderão servir de orientação para enfrentar os desafios que virão pela frente.

O terceiro aspecto que destaco é a criatividade. Criatividade é a inteligência, é o talento para criar e inovar. Percebemos isso em várias situações de combate ao coronavírus.

Grupos de pesquisadores propondo tratamentos alternativos, profissionais desenvolvendo equipamentos de proteção individual, com materiais diferentes, campanhas de ajuda solidária que se caracterizam pela criatividade.

Geralmente na crise surgem muitas oportunidades para inovar, para ser diferente.

Os problemas são potencializados e precisamos propor alternativas inteligentes. Com relação ao confinamento, vejam quantas empresas tiveram que acelerar seus processos de transformação digital, adotando tecnologias, colocando para operar sistemas e aplicativos para se relacionar com clientes. O próprio trabalho home office tem demonstrado em várias situações ser viável e muito criativo.

Nas nossas empresas, precisamos incentivar a criatividade dos nossos colaboradores. Isso com certeza vai gerar gradativamente uma mudança de pensamento que poderá fazer a empresa rever seus produtos e serviços, questionar se o relacionamento com os clientes está sendo realizado da melhor forma e se os modelos de negócios não deveriam ser ampliados ou modificados.

Não tenho dúvida de que o momento pós-crise será decisivo para muitas empresas e somente aquelas que forem inovadoras terão maior chance de superar as dificuldades. 

Gostaria de reforçar que os três aspectos (colaboração, conhecimento e criatividade) podem ser também muito úteis, assim como vacinas e remédios, para enfrentarmos os desafios que estão por vir nas nossas empresas.

Aliado a isto, não podemos deixar de citar uma característica pessoal importante: a resiliência, que é a capacidade de um indivíduo lidar com problemas, adaptar-se a mudanças e resistir à pressão e a situações adversas. Uma organização forte e resiliente vai fomentar diariamente a colaboração, o conhecimento e a criatividade.  

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