Por Daniel Leipnitz, presidente da Associação Catarinense de Tecnologia
Com o rápido avanço da pandemia do coronavírus no Brasil e no mundo, em questão de dias, milhares de pessoas e empresas precisaram se adaptar a uma nova realidade.
O comércio, empresas, restaurantes, bares e hotéis fecharam suas portas para o público e muitas salas de casa viraram home office.
Neste cenário, a tecnologia se mostrou uma protagonista fundamental para a transformação digital imposta, assim como no combate e prevenção da doença.
O vírus já está sendo um grande acelerador do futuro, antecipando tendências e coisas que se acreditava que aconteceriam muito mais para a frente.
Novos hábitos e comportamentos já podem ser observados. Professores tiveram que se adaptar a educação à distância, empresas buscaram novas funcionalidades para conseguir integrar equipes e ter produtividade no trabalho remoto, negócios baseados em vendas presenciais começaram a operar via e-commerce e o delivery deixou de ser uma opção para restaurantes que querem sobreviver, trazendo mudanças nas experiências de compras de produtos e serviços.
As experiências culturais, com transmissões ao vivo na internet de shows de artistas e espetáculos dos mais diversos, também devem alterar a forma como socializamos com os amigos e familiares.
As empresas de base tecnológica que já ofereciam soluções para os segmentos mais afetados estão conseguindo se manter e até mesmo crescer nessa crise.
Tecnologias como big data, inteligência artificial e computação em nuvem se destacam no combate ao vírus e aprimoram a eficiência operacional de diversos setores.
No ecossistema catarinense, temos diversos exemplos de startups e empresas que adicionaram novas funcionalidades às suas soluções e mudaram seus modelos de negócios rapidamente, atentos ao que está por vir.
Passado o período de distanciamento social, acredito que haverá uma reconfiguração dos espaços de trabalho e do comércio como um todo, criando novos desafios de adaptação por partes das pessoas e das empresas aos modelos anteriores.
Muitas transformações já aconteceram devido à crise do coronavírus. Ainda é prematuro avaliar quais serão permanentes e quais transitórias, pois isso depende muito do desenvolvimento de uma vacina e medicamentos comprovadamente efetivos.
Se, por um lado, a crise gera uma questão de aumentar o propósito do seu negócio, no sentido que estamos todos enfrentando o mesmo problema, então os setores precisam se unir e trabalharem juntos, por outro lado, a mudança na forma de trabalhar e se relacionar, ainda está em plena transformação.
Partindo da perspectiva de incerteza da duração desse cenário, não é possível prever o que mais pode surgir.
Porém, de uma coisa eu tenho certeza: as coisas nunca mais serão como foram anteriormente no que tange ao propósito das organizações, e a tecnologia deve estar aliada a isso, com o objetivo maior de ajudar as pessoas e defender a saúde dos cidadãos.