A concorrência em diferentes mercados está ficando em segundo plano e dando lugar a atitudes de cooperação entre as empresas diante da pandemia do coronavírus.
É crescente o exemplo de empresários que buscam no trabalho por meio de redes e associações formas de superar ou ajudar outras parceiras a passarem pela instabilidade econômica e garantirem a sustentabilidade dos negócios.
O gesto é um sinal de estreitamento dos laços profissionais e no compartilhamento de ideias os setores.
Trabalhar em redes ou associações, estreita a comunicação entre as empresas, que podem buscar maneiras conjuntas de enfrentar os problemas.
Com cerca de 1.400 empresas associadas, a Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) vem dando exemplos de como a união do setor é ainda mais fundamental em momentos de crise.
No início da pandemia, a entidade estruturou um plano de ação em diferentes eixos.
Em decorrência destas ações de apoio e reestruturação ao ecossistema, 104 novas empresas se associaram à entidade.
Em um dos eixos de atuação, está promovendo a troca de experiências por meio de mentorias em que voluntários experientes oferecem aconselhamento gratuito para empreendedores associados que precisam de apoio para tomada de decisão.
Outro exemplo de sucesso do associativismo são as Verticais de Negócios.
O programa criado em 2009 estimula os empreendedores que atuam no mesmo mercado a se conhecerem em reuniões periódicas, trocando experiências, oportunidades de negócios e buscando desenvolvimento em conjunto.
Há também a rede LinkLab, que hoje já conta com três unidades no estado, e tem como objetivo aproximar médias e grandes empresas a startups para criar parcerias estratégicas de desenvolvimento de inovação.
“Temos um pensamento no ecossistema de tecnologia catarinense: todos devem estar bem. Em um momento como o que estamos passando, vemos que concorrentes podem ser aliados, e o compartilhamento é essencial para ajudar todos”, destaca Iomani Engelmann, presidente da ACATE.
Redes associativas e centrais de negócio unem os lojistas
Trabalhar em conjunto, unidos em redes associativas ou centrais de negócios, pode ser uma boa saída para os varejistas.
Essa entidades funcionam da seguinte forma: empresários de um mesmo setor se reúnem nestas entidades de base associativa para aumentar o poder de negociação e se fortalecer na área de atuação.
Jonatan da Costa, CEO da Área Central, empresa especialista em gestão de redes e centrais de negócios, afirma que quando unidos em grupos associativos, os empreendedores têm mais força, conseguem reduzir custos, realizar boas práticas e aumentar o poder de barganha com os fornecedores:
“Esse modelo de negócio permite empoderamento aos mais diversos segmentos e, em tempos de crise, é um diferencial competitivo importante. Eles conseguem entrar no páreo de forma mais justa com grandes players do mercado. A tecnologia vem para agregar à gestão dessas entidades, automatizando negociações e centralizando dados”.
A Área Central é a primeira plataforma dedicada às centrais de negócios.
Em uma recente pesquisa, a scale-up entrevistou 40 redes associativas e verificou que 69% dos associados às redes e centrais acreditam que estar inserido neste modelo de negócio pode ajudar muito na manutenção e recuperação da economia.
Analuce Queiroz Malheiros, gerente da Rede Construir Pernambuco, utiliza a plataforma de gestão da empresa há cerca de um ano. Para ela, o maior benefício de estar em rede durante a pandemia foi poder continuar trabalhando mesmo de casa:
“E também pude acompanhar junto com os fornecedores os números de metas alcançadas nas compras pelos lojistas (acordos comerciais)”.
A gerente complementa que trabalhar em rede proporciona maior integração online com as lojas, pois os dados (compras realizadas pelos associados) são atualizados em tempo real:
“Outro benefício é a comunicação uniforme e linear, assim como a parte financeira, que informa aos associados sobre pendências de pagamentos, emite e envia boletos”.