Por Marcelo Wolowski, CEO e cofundador da Invisto, maior hub de investimentos em venture capital da região Sul.
Não há dúvidas de que estamos vivenciando um momento único em nossas vidas. Nossas rotinas, nosso cotidiano e nossa sociedade, foram afetados de uma maneira que ninguém poderia prever. O coronavírus veio para tumultuar.
Desde as primeiras manifestações de contágio e das sugestões de isolamento social, fomos impactados por uma avalanche de achismos e suposições no âmbito da saúde, das relações sociais, das políticas públicas e obviamente nos negócios.
Fato é que a economia sofreu um grande impacto, onde muitos negócios são prejudicados com as consequências desta crise, enquanto que outros surfam uma oportuna onda de prosperidade, céticos quanto aos próximos acontecimentos.
No mundo de investimentos, e em especial no ambiente de venture capital brasileiro, vivenciamos uma situação semelhante.
A incerteza persiste, mas alguns dados da indústria demonstram que este tipo de investimento proporciona ganho de capital a médio e longo prazo, inclusive em momentos de crise.
Em estudo recente divulgado pela Distrito Dataminer a respeito da indústria de venture capital no país, até o fim de abril de 2020 foram investidos US$ 480 milhões, maior volume dos últimos quatro anos, apesar do número de operações ter diminuído.
O levantamento também aponta que historicamente o mês de abril é de menor investimento se comparado aos outros períodos do quadrimestre, ou seja, foi um mês de investimento atípico em negócios em estágio pré seed (primeiro passo de investimento).
O maior volume de investimentos em negócios que surgem em momentos de crise e em estágio pré seed é a manifestação prática de que, assim como em 2008, novos negócios inovadores e altamente rentáveis surgem promissoramente.
Nesta mesma época, enquanto o PIB mundial caía 5,2%, a indústria de venture capital foi capaz de rentabilizar investimentos em 10% ao ano. Em 2009 este mesmo tipo de investimento fez rentabilizar 15%. Tais indicadores validam o descolamento da indústria de venture capital da economia tradicional.
Para Santa Catarina, em especial, um novo fundo de investimento será lançado no segundo semestre para que qualquer investidor possa participar de empreendimentos sediados preferencialmente na região sul do Brasil.
Estes estados, além de combaterem a propagação do coronavírus com maestria, possuem os melhores índices de educação e empreendedorismo se comparado às demais regiões do país.
Um dos objetivos é aproveitar e investir nesta nova safra de negócios que surgem neste momento e que sobreviverão após este período tumultuado.
Bons negócios continuam a aparecer. Juros básicos da economia estão muito baixos. Investidores precisam diversificar. A ideia é acelerar ótimos negócios locais com potencial global. Invista.