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UFSC testará óleo de cannabis em profissionais de saúde da linha frente no combate ao coronavírus

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Uma pesquisa inédita no Brasil irá recrutar voluntários entre profissionais de saúde em situação de estresse e ansiedade provocada pelo enfrentamento à pandemia do coronavírus.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEPSH) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Intitulado Impacto do óleo integral de ​cannabis na saúde mental de profissionais da linha de frente no combate à Covid-19, o projeto vai selecionar cerca de 300 participantes de todo o país entre médicos e enfermeiros envolvidos no atendimento de casos suspeitos e confirmados da doença.

Erik Amazonas de Almeida, professor responsável pela pesquisa, destaca a iniciativa é importante para a construção de uma política pública que possa incorporar a planta como alternativa terapêutica às condições psíquicas e emotivas da população em geral:

“Sendo já comprovadamente menos danosa do que o uso de quaisquer ansiolíticos ou antidepressivos atualmente empregados, uma confirmação da nossa hipótese de trabalho pode trazer o óleo de cannabis para o posto de medicamento preferencial para o alívio dos sintomas de ansiedade e transtornos do humor”.

COMO VAI FUNCIONAR

  • O protocolo a ser utilizado no estudo será o teste duplo-cego, com os voluntários divididos em dois grupos.
  • Metade irá tomar o óleo integral da erva e a outra metade, placebo.
  • A medicação à base de cannabis será produzida pela Associação Brasileira de Apoio a Cannabis Esperança (Abrace), com sede em João Pessoa, na Paraíba.
  • As inscrições ocorrem neste mês de julho e podem ser feitas clicando aqui.
  • Os testes clínicos devem iniciar em agosto.
  • Os voluntários terão acompanhamento via telemedicina com médicos e psicólogos de uma equipe multidisciplinar ao longo de todo o processo.
  • As vagas serão preenchidas de acordo com critérios técnicos, sanitários e estatísticos, levando em conta o histórico de saúde do paciente, seu perfil sociodemográfico e seu grau de envolvimento no combate à pandemia.
  • Grávidas, lactantes e pessoas com condições psiquiátricas pré-existentes não poderão se voluntariar.
  • Os resultados serão apresentados à comunidade ao final do estudo. A previsão é que a publicação definitiva da conclusão da pesquisa seja feita em março de 2021.

O professor Paulo Bittencourt, além de ter atuado no desenho do estudo e na redação final, trabalhará no acompanhamento dos participantes, especialmente durante as fases de ajuste de dose das primeiras semanas (habitual na medicina canabinoide). Ele classifica o estudo como um marco na história da medicina nacional:

“A cannabis é uma planta com potencial terapêutico fantástico e, através deste estudo, isso ficará evidente para a nossa sociedade, a qual ainda tem um discurso exageradamente conservador e ignora no óleo desta planta um aliado excelente para o enfrentamento das dificuldades psíquicas associadas a esta pandemia. Creio que isso ficará evidente ao final deste estudo”.

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