A corretora Warren, que recentemente anunciou fusão com a Patrimono, vai receber um aporte no valor de R$ 120 milhões do fundo de venture capital QED Investors, também investidor de empresas como Nubank e Loft.
Com um modelo de remuneração alinhado com o cliente, em que a empresa é remunerada de acordo com o crescimento total do patrimônio, modelo mais frequente nos Estados Unidos e na Europa, a corretora tem se posicionado, desde a sua fundação, como uma terceira via na atual divisão de mercado no Brasil.
Além disso, apesar dos reveses provocados pelo coronavírus na economia global, a Warren tem provado que conta com uma gestão sólida: no período, dobrou o patrimônio que gerencia e ainda contratou, remotamente, 30% do atual quadro de funcionários.
“Nós acreditamos que a gestão de patrimônio no Brasil atualmente passa por uma revolução. Os investidores já reconhecem mais os danos que as altas comissões causam às suas carteiras. A Warren sempre trouxe como foco a transparência e o foco no cliente, fazendo isso de uma maneira inédita no mercado brasileiro. Estamos empolgados”, explica Lauren Morton, sócia da QED Investors.
A rodada conta ainda com a participação dos fundos Kaszek Ventures, Chromo Invest e Ribbit, que já eram investidores da empresa desde a Series A, e MELI Fund, WPA e Quartz, que entram para o time, junto com a QED, na Series B.
MERCADO
Com 130 mil clientes e pouco mais de três anos em operação, a Warren hoje conta R$ 2 bilhões de ativos sob gestão e deve multiplicar esse patrimônio por cinco até o fim de 2021, atingindo a marca de R$ 10 bilhões. A plataforma oferece ao todo 400 produtos, incluindo sete fundos próprios.
“A nossa meta é seguir investindo principalmente em tecnologia. Vamos continuar entregando a melhor experiência de investimento para os usuários das nossas plataformas em um modelo totalmente alinhado aos interesses do investidor, pauta que ganhou ainda mais relevância nos últimos tempos”, explica Tito Gusmão, CEO da corretora.
A Warren adota o modelo fee-based, que cobra um percentual do valor total do patrimônio do investidor para fazer a gestão dos recursos.
Dessa forma, a corretora é estimulada a oferecer os melhores produtos para o cliente, já que, quanto mais essa carteira render, mais todos os envolvidos vão ganhar.
Recente no mercado brasileiro, o modelo alinhado é um contraponto ao commission-based, comumente oferecido por outras corretoras e bancos.
Nesta outra opção, as empresas são remuneradas em cima da compra de produtos, com profissionais que trabalham com metas de venda, o que pode levar o cliente a investir em produtos que no fim trazem retornos maiores para as instituições financeiras.
Para ampliar o alcance da plataforma, a empresa deve manter o ritmo de contratação dos últimos três meses, quando cerca de 100 profissionais foram incorporados ao quadro.
Outro destino do investimento é no desenvolvimento de novas soluções para a plataforma para parceiros, a Warren for Business.
“Queremos dobrar a nossa base de parceiros. Hoje temos mais de 200 conectados e pretendemos chegar a 400 até o fim do ano. Para isso vamos investir em ampliar a oferta de produtos e serviços, como seguros, previdência e planejamento financeiro, tudo isso integrado em uma plataforma white label que prima por ajudar o parceiro a construir seu negócio”, antecipa o empresário.
Apesar de ancorada no digital, a Warren tem também cada vez mais apostado em um atendimento presencial para os seus clientes e parceiros.
A corretora tem feito isso por meio dos sete espaços físicos que mantém nas cidades de Porto Alegre, São Paulo, Curitiba, Jaraguá do Sul, Itajaí, Blumenau e Florianópolis.
Até dezembro, mais cinco cidades devem contar com o serviço, que tem foco no atendimento de clientes B2B e de alta renda.