A vertical saúde da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) reúne diversas soluções que auxiliam o trabalho do governo e dos profissionais de saúde.
A corrida para encontrar uma vacina contra o coronavírus ainda não gerou resultados concretos, porém, recursos tecnológicos estão sendo grandes aliados da sociedade e dos governos no combate e prevenção ao vírus.
A pandemia impulsionou a transformação digital e levou até mesmo o segmento de saúde a se reinventar, desenvolvendo novas plataformas e produtos junto à empresas inovadoras.
Em Santa Catarina, a Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) vem reunindo diversas empresas da área de tecnologia para saúde para atuação conjunta contra a doença.
“Essa crise, como nunca antes vista, demonstrou a importância de um ecossistema bem organizado e de uma sociedade que trabalhe em conjunto com as autoridades políticas em busca de soluções”, explica Walmoli Gerber Junior, diretor da vertical de saúde da Acate.
Confira oito tecnologias que estão acelerando o combate ao coronavírus:
Innovasens
A empresa dedicada a sensores óticos lançou um projeto para medida de temperatura corporal automatizada e com reconhecimento facial.
Trabalhado com câmeras de análises térmicas, que medem a temperatura das pessoas que circulam no seu campo de visão, a solução permite que estabelecimentos com grandes fluxos de pessoas, como colégios, aeroportos e indústrias, possam medir a febre dos transeuntes à distância e de forma automatizada.
Com o uso da biometria facial, é também possível identificar o indivíduo com alteração, recebendo um alerta imediato sobre o caso.
CogniSigns
Com o objetivo de identificar indícios de estresse, ansiedade e depressão em funcionários, a CogniSigns, desenvolvedora de um software capaz de diagnosticar o autismo em crianças e adultos, criou a V.E.R.A. (Virtual Empathic Robot Assistant) Saúde Mental.
A ferramenta é, além de um suporte ao RH, uma plataforma digital preditiva que identifica e apoia indivíduos fragilizados, auxiliando em ações individuais de busca por atendimento especializado e permitindo a criação de estratégias corporativas educativas que previnem o desenvolvimento de comportamentos prejudiciais em equipes.
Anestech
Um dos profissionais de saúde com maior risco de contaminação pelo coronavírus é o anestesiologista, que lida com a via aérea e é chamado para intubar os pacientes em estados avançados.
Para evitar que, assim como em outros países, esses profissionais se tornem o maior número de infectados dentro da área de saúde, a Anestech lançou novas configurações para a solução AxReg, aplicativo desenvolvido para dar apoio ao trabalho de anestesiologistas, que passa a divulgar orientações específicas para que os procedimentos sejam realizados com mais segurança.
Além disso, a empresa lançou uma releitura de um modelo de respirador comum entre os anos 50 e 80 no Brasil.
O ventilador não substitui dispositivos mais robustos para pacientes em estado grave, mas permite que um primeiro atendimento de ventilação mecânica seja feito fora da UTI.
Rentsy
O aluguel de equipamentos mostra-se ainda mais relevante neste momento para clínicas e hospitais, já que a demanda por aparelhos como ventiladores e monitores multiparamétricos é temporária.
A Rentsy, plataforma de aluguel de equipamentos hospitalares, fechou recentemente uma parceria para ofertar aos profissionais de saúde a locação de equipamentos de proteção individual (EPI), as máscaras com respiradores, que regulam o fluxo de ar com o próprio padrão de respiração do usuário.
O equipamento, que é novo no Brasil, torna a rotina dos médicos e enfermeiros mais confortável e prática, já que, por conta da pandemia, precisam usar máscaras ao longo de todo o expediente.
O foco da empresa no momento é trazer outros aparelhos que possam fazer a diferença durante este período crítico, proporcionando mais segurança no tratamento de pacientes.
Além de ir atrás das tecnologias, o marketplace permite que instituições e profissionais de saúde que têm dispositivos seminovos parados também os anunciem gratuitamente para locação na plataforma.
Ciclix
Em hospitais, é essencial que pacientes com doenças infectocontagiosas fiquem isolados para evitar a transmissão da doença. E, em uma pandemia, os riscos envolvidos no não cumprimento dessa medida são ainda maiores.
Caso o paciente infectado entre em contato com pessoas externas, a identificação dessas deve ser feita o mais rápido possível. Pensando em facilitar esse trabalho e reduzir os custos no ambiente hospitalar, a Cliclix desenvolveu uma ferramenta de rastreamento para ser usada em hospitais.
Por meio de uma pulseira, a localização interna de todos os pacientes que entram no local é registrada.
Assim, os ambientes pelos quais ele passou e os equipamentos e as pessoas com que ele teve contato são rastreados e ficam à disposição dos profissionais de saúde.
O sistema também permite que funcionários tenham acesso simultâneo à localização de equipamentos, otimizando o tempo para tratamento dos pacientes.
SaveLivez
Pensando na volta das pessoas ao trabalho pós-quarentena, a SaveLivez lançou a ferramenta Livia.bot, um robô inteligente que usa dados para gerenciar o risco de contaminações dentro das empresas.
Por meio de um aplicativo web, os colaboradores podem visualizar orientações dos empregadores, tirar dúvidas de forma automática 24h por dia e ter acesso aos serviços de saúde oferecidos pela empresa.
A solução também permite que os negócios exijam um check-in para qualquer entrada no local por meio de de uma triagem automática que verifica o risco de contaminação da pessoa e autoriza ou não sua entrada.
Além disso, caso alguém seja contaminado, é possível saber com quem o colaborador teve contato nos últimos dias e assim fazer exames de forma direcionada, evitando uma contaminação em massa.
Aquarela Advanced Analytics
Com o surgimento do coronavírus, ficou evidente a necessidade de antecipar demandas, crescimento de casos e mudanças de indicadores, impulsionando a importância de se encontrar padrões e achar saídas ainda não vistas.
Sendo assim, a Aquarela Advanced Analytics oferece uma ferramenta de inteligência artificial para encontrar relações de causa e efeito sistêmicos a partir da análise da progressão dos pacientes, em conjunto com o histórico, tratamento e quadro clínico dos mesmos.
A empresa está à frente de um projeto de análise de dados em um dos maiores hospitais do país, que prevê o movimento de pacientes e a necessidade e complexidade de leitos.
EpHealth
Logo no início da pandemia, a healthtech lançou uma tecnologia de alerta aos profissionais de saúde.
Em um primeiro momento, o aplicativo dos agentes tornou possível reportar informações sobre casos confirmados, suspeitos e descartados de coronavírus aos enfermeiros e médicos.
Aproximadamente 25 mil notificações foram emitidas na primeira fase do alerta.
Hoje, o sistema já possui uma ficha mais completa, com a opção de registrar assintomáticos respiratórios e inserir todos os sintomas do paciente.
Mais de 250 mil notificações foram emitidas por essa nova ficha. Além disso, 51 prefeituras clientes da EpHealth, distribuídas por 10 estados, passaram a ter seus relatórios digitalizados, podendo visualizar tudo por meio de um dashboard que contém informações como sexo, idade e condição de saúde pré-existente dos pacientes assintomáticos respiratórios.