De acordo com uma pesquisa feita pela Gallup, empresas onde funcionários são melhores amigos tem números diferenciados no mercado.
Conforme o estudo, 2 em cada 10 empregados têm melhores amigos no trabalho. Porém, a estimativa é de que, se esse número subir para 6 a cada 10, as empresas terão 12% a mais de lucros, 36% menos de acidentes de segurança no trabalho e 7% a mais de engajamento.
Mas, com o distanciamento social em função da pandemia, como estão as amizades e produtividade das equipes?
Segundo dados da Pulses, startup que tem soluções de clima organizacional medidos de forma contínua, a quarentena não está sendo um impeditivo para os profissionais se sentirem próximos.
Em uma amostra com 44.800 respondentes, foi possível perceber um aumento de 4 pontos em relação ao espírito de equipe (saindo de uma média de 78,84 para 83,44).
“As nossas pesquisas mostram que a percepção sobre o relacionamento interpessoal aumentou de forma considerável nesta época de isolamento. Apesar de fisicamente distantes, os times estão encontrando meios de permanecerem próximos e trabalhando de forma conjunta para o alcance dos objetivos, seja através de reuniões ou happy hours virtuais”, destaca Michelly Dellecave, CMO da Pulses.
Na startup de Joinville, a Motoboy.com, especializada em entregas ultrarrápidas, as melhores amigas Kathia Kellin Bordelack, de 22 anos, e Paloma Elizabeth Hellmann, 21 anos, não se deixaram abater, mesmo durante a pandemia. Elas se conheceram na empresa e os gostos em comum as aproximaram naturalmente.
“A Kathia é apaixonada por quebra-cabeças e, um dia, ela me convidou pra montar um com ela. Isso nos uniu, porque ele era enorme e passamos um bom tempo juntas para terminá-lo”, lembra Paloma.
Depois disso, passaram a ser companhia uma da outra em várias atividades: pedaladas, caminhadas, compras no shopping, passear com cachorros e até criaram a “Festa do Pão de Alho”, no qual reúnem todos os colegas para montar quebra-cabeças e comer pão de alho, um gosto em comum da equipe. Em tempos de pandemia, a amizade continua intacta, mesmo com as restrições.
“Continuamos convivendo de forma muito próxima, apenas respeitamos o distanciamento. Como não podemos mais fazer as coisas que mais gostávamos, adaptamos. As conversas através das redes sociais, ligações e chamadas de vídeos aumentaram e, assim, nos sentimos mais próximas quando precisamos de alguém”, conta Paloma.
As compras no mercado, mesmo sem a companhia de sempre, continuam sendo um elo entre as amigas.
“Há uns dias, fui fazer compras sozinha, mas lembrei da Paloma. Comprei a bebida preferida dela e um chocolate e mandei entregar. Foi uma forma de nos mantermos próximas”, lembra a colega.
A startup já adotava o home office eventualmente, o que ajudou o time a manter o trabalho em momento de pico: de acordo com o Google, as buscas por serviços de entregas aumentou em 300% devido ao isolamento social.