Com cerca de 80 associados, o papel do Blusoft tem sido cada vez mais importante à frente do fortalecimento do setor de tecnologia em Blumenau e região. A entidade, que desde o ano passado tem no comando Henrique Bilbao, passou de 10 conselheiros para uma rede de 49 profissionais voluntários com o mesmo objetivo: diversificar e aprimorar a competitividade da região e disputar o lugar no cenário internacional.
Na entrevista exclusiva, o presidente da entidade conta um pouco sobre o atual cenário.
O Vale do Itajaí contém 27,4% das empresas de tecnologia, de acordo com Acate Tech Report 2020, ou seja, 3.322 empresas. Como um dos pólos em Santa Catarina e no Brasil, qual o papel do Blusoft em cada vez mais fortalecer esse setor?
Henrique: Nosso papel é gigante. Fazemos campanhas, temos verticais e grupos que buscam fortalecer as empresas locais em busca de ser competitivo no mundo inteiro. Não concorremos mais com Florianópolis, concorremos com o Vale do Silício, Israel, Canadá e Portugal.
Desde que você assumiu como presidente, quais os principais ganhos da entidade?
Henrique: O maior ganho foi a criação de vários grupos. Até na gestão passada, tínhamos apenas 10 conselheiros, hoje somos 49 voluntários em diversos segmentos da tecnologia, com objetivos e metas definidas a serem cumpridas.
Blumenau pode vir a ser o principal pólo, à frente da Grande Florianópolis?
Henrique: Se for ver o Acate Tech Report 2020, quase um terço do faturamento do setor no estado vem de Blumenau. No entanto, eu não acho que essa competição exista. Em 2019 foi assinado um contrato que viramos um polo da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), que originalmente nasceu em Florianópolis, ou seja, não somos mais algo distinto, agora é uma junção e fortalecimento do setor como um todo. Vejo que podemos sim faturar mais que eles ou Joinville, mas não como uma questão rival.
O setor de tecnologia é majoritariamente masculino, há alguma ação dentro do Blusoft para que cada vez mais mulheres sejam inseridas nesse contexto? O Programa Entra21 cumpre o mesmo papel?
Henrique: Não temos nenhuma ação específica para inserção de mulheres em Blumenau. No entanto, as verticais do Blusoft mais engajadas, são lideradas por mulheres. Um exemplo é o RHTech, coordenado pela Cibele Sanchez, com diversas reuniões mensais. Estamos sempre de portas abertas. O Entra 21, mesma coisa, não tem nenhuma distinção. Temos alunos desde adolescência até adultos com longa experiência na área. Se as empresas âncoras, que patrocinam o programa e possuem preferência na contratação dos alunos, quiserem uma turma específica, criamos as vagas e tocamos as aulas até que os requisitos sejam completados. Ou seja, se quiserem uma turma específica para mulheres, teremos.
A escolaridade é outro ponto que merece ser destacado, isso porque apenas 39,6% dos profissionais de tecnologia no estado, de acordo com Acate Tech Report 2020, possuem curso superior completo. Quais são os caminhos para que esse número aumente? Qual a conversa que o Blusoft tem com as universidades?
Henrique: Temos heads de educação dentro do Blusoft que estão constantemente conversando com universidades. Queremos muito apoiar no sentido de promover palestras, discussões sobre as disciplinas, atualidades e, principalmente, apontar para o futuro. Um dos pontos que mais batemos é em relação ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Em vez de ser algo documental e que depois fica apenas na biblioteca, que seja uma solução e apresentação a investidores através de pitch.