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Agricultores congelam pomares de frutas de caroço para protegê-los da geada

Estimativas da Epagri indicam que produtores de frutas de caroço (ameixa, pêssego e nectarina) da região do Alto Vale do Rio do Peixe podem ter perdido cerca de 50% de sua safra com as geadas que atingiram a região entre 21 e 23 de agosto.

Contudo, os prejuízos não alcançaram os agricultores que congelaram seus pomares.

Chamada de controle de geada por aspersão, a técnica de congelar a planta ajuda a protegê-la do frio.

André Kulkamp de Souza, gerente da Estação Experimental da Epagri em Videira, destaca que o investimento é alto, mas importante para os pomares da região, onde a geada acontece com mais frequência e atinge principalmente as variedades precoces.

O sistema é constituído por aspersores que vão promover uma “chuva” no pomar na iminência da geada.

Quando a temperatura do ambiente chega a 1°C, com tendência de queda, é hora de ligar os aspersores.

A proposta é criar uma boa lâmina de água sobre as plantas para que elas congelem quando a temperatura chegar a 0°C. E permaneça assim até que a temperatura do ar retorne a patamares positivos.

O gerente explica que os “danos começam a surgir em frutos quando a temperatura chega a -1°C. No caso das flores, a temperatura mínima suportada é de até -3°C. Quando a planta está completamente congelada, ela se mantém na temperatura de 0°C, independente do frio que faz no ambiente”.

Por isso, a propriedade deve ter uma boa reserva de água para instalar o sistema.

INVESTIMENTO

Além da água, o valor de instalação pode ser um limitador para a adoção do sistema.

Na maioria das propriedades da região, os pomares ficam nas partes mais elevadas, enquanto os açudes ficam nas partes baixas.

Assim, quanto maior a distância e a elevação, aumenta a necessidade de uma bomba mais potente e de quantidade de tubulação.

Mas, de modo geral, o investimento varia de R$ 20 mil a R$ 25 mil por hectare.

PRODUÇÃO

O Alto Vale do Rio do Peixe é a principal região produtora de frutas de caroço no estado.

Renato Goulart Júnior, analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa), relata que 59% da produção catarinense de ameixa está concentrada na região, que responde também por 79% do pêssego e nectarina.

De acordo com estimativas da Epagri/Cepa, na safra 2018/19 havia em Santa Catarina 1.115 produtores de frutas de caroços, com área colhida de 2.372 hectares e produção de 34.164 toneladas, o que gera um valor bruto de produção (VBP) de R$ 54 milhões.

O estado é o terceiro maior produtor de pêssego do Brasil, respondendo por 8% do volume nacional.

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