O número de contas de fundos imobiliários subiu 28% de janeiro a junho deste ano, totalizando mais de 2,9 milhões.
De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a categoria cresceu acima da média da indústria de fundos, que registrou aumento de 6% no número total de contas no período.
Ao todo, o setor tem hoje 23 milhões de contas, considerando todos os tipos de fundos e que cada investidor pode ter mais de uma conta, e os fundos imobiliários representam 12% deste total.
A evolução destes fundos está relacionada à queda da taxa de juros, que passou de 6,5% no começo do ano passado para os atuais 2%.
Os cortes levaram os investidores a tomarem mais risco em busca de alternativas para obter maiores retornos.
“Os resultados do mercado como um todo refletem a busca por diversificação e rentabilidade. Com a indústria de fundos não foi diferente”, explica Carlos André, vice-presidente da associação.
“Sem o tripé liquidez, segurança e rentabilidade, os investidores buscam produtos estratégias mais arrojadas, como é o caso dos fundos imobiliários, que mesclam renda fixa e variável”, comenta.
No mesmo período, o número de contas de multimercados cresceu 9%, de fundos de ações subiram 2%, enquanto a renda fixa registrou aumento de 0,7% .
“A menor abertura de contas de renda fixa, na comparação com as demais classes, está atrelada a dois fatores. Um deles é o cenário de crise e de volatilidade que atravessamos. Tivemos uma alta nas taxas de desemprego e as pessoas precisaram acessar suas reservas de emergência, que estão guardadas, geralmente, na renda fixa. O outro fator é a educação financeira: o brasileiro está aprendendo a diversificar seus investimentos, usando outras estratégias para compor um portfólio mais sofisticado”, afirma o vice-presidente.
Outras categorias de fundos tiveram crescimento superior aos fundos imobiliários no período, mas todas com participação inferior no total de contas da indústria.
É o caso dos FIPs (Fundos de Investimento em Participação) que subiram 112%, mas representam apenas 5,6% do setor.
Na sequência, aparecem os fundos cambiais com alta de 86% e os ETFs com 63%, juntos correspondem a 1% de participação no total do número de contas.