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Supermercados aceleram inovação diante da pandemia

A chegada do coronavírus no Brasil impactou planos, metas e previsões de todos os setores da economia. Um dos mais impactos foi varejo, que viu suas vendas caírem 1,2% em março, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Para as empresas de comércio de alimentos e outros itens essenciais, por exemplo, coube o desafio de adaptação a um pico de super abastecimento por parte do consumidor e dificuldades logísticas, além dos protocolos de segurança restritivos nas lojas.

Enquanto as empresas varejistas ainda discutiam como trazer a tecnologia de forma mais efetiva para os estabelecimentos, o distanciamento social e a restrição de circulação de pessoas mostrou que essa deve ser uma questão prioritária no mercado. 

Nesse cenário, os supermercados, além das medidas de precaução nas lojas físicas, precisaram se adaptar para o crescimento do comércio online.

Na rede de supermercados Hippo, de Florianópolis, a tecnologia se tornou uma aliada fundamental para conseguir dar conta de atender o aumento da demanda.

Por meio de uma parceria com a startup Equilibrium, feita por meio do Linklab, programa de inovação aberta da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), o Hippo conseguiu triplicar suas entregas diárias.

Com uma plataforma de digital supply chain, na qual é possível conectar empresas que têm necessidade de transporte de cargas com diferentes perfis de transportadoras, além de gerenciar todas atividades do fluxo logístico, da separação do pedido até a entrega para o cliente final, a rede viu seu número de entregas passar de 46 em março para 150 no mês seguinte.

Da mesma forma que houve um aumento do e-commerce, os supermercados precisaram lidar com o abastecimento.

Mais consumidores querendo estocar produtos fez com que alguns itens faltassem nas prateleiras e os preços subissem.

Uma das soluções para os empresários do setor foi negociar com fornecedores em conjunto.

Em grupos associativos, os lojistas acabam tendo maior poder de barganha, comprando mais por um preço menor. Isso foi o que constatou Jonatan da Costa, CEO da Área Central.

A empresa desenvolve um software que centraliza e integra o gerenciamento de entidades de base associativa, desde lojistas, fornecedores até  gestores e presidentes das redes e centrais.

“A tecnologia é um caminho sem volta, e na gestão das centrais de negócios se tornou ainda mais essencial, permitindo automatizar processos e centralizar todos dados para tomadas de decisões assertivas em uma época em que todo e qualquer custo negociado tem um impacto ainda maior para empresas e para a própria população”, comenta o empresário.

Outra preocupação do setor foi, e continua sendo, a saúde das pessoas. Sendo assim os meios de pagamento precisaram se reinventar para atender o setor essencial.

Tecnologias touchless, aquelas que não exigem contato humano ou quando ele é muito pequeno, viraram destaque.

Prova disso é a startup Payface, que conseguiu um aporte de R$ 3 milhões este ano e que passa a implantar o pagamento por reconhecimento facial no Angeloni, uma das maiores redes supermercadistas do sul do país.

Focada em supermercados e farmácias, a tecnologia conecta o rosto do usuário com o meio de pagamento associado, sem necessidade de mostrar o cartão.

Além disso, a ferramenta oferece vantagens aos varejistas que vão além da otimização do tempo de atendimento nos caixas, a possibilidade de os estabelecimentos integrarem a tecnologia com seus programas de fidelidade e sistemas de relacionamento com o cliente, colaborando para tomada de decisão.

“Disruptiva no mercado brasileiro, a implementação da biometria facial tem tudo para avançar após a pandemia, já que as pessoas irão começar a evitar o contato entre si e com maquininhas. Nossa tecnologia vem para acabar de vez com uma experiência de pagamento dissociada da jornada do consumidor”, conta Eládio Isoppo, CEO e cofundador da Payface.

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