Por Henri Machado Claudino, diretor administrativo-financeiro da Fundação Celesc de Seguridade Social (CELOS).
O primeiro semestre de 2020 foi desafiador para os investimentos no geral, com reflexo direto nos Planos de Previdência. A pandemia do coronavírus trouxe pânico, instabilidade e incerteza, derrubando os mercados em uma velocidade jamais vista. O principal índice de ações brasileiras, o Ibovespa, começou a cair fortemente na quarta-feira de cinzas, fechando março com queda de 29,90%. As revisões do Produto Interno Bruto (PIB) foram semanalmente revisadas para baixo, chegando a prever, ao final de junho, contração de 6,5% no ano, segundo o Boletim Focus. E o dólar americano chegou à máxima histórica na relação ao real: R$ 5,88 em 12/5/2020.
Conforme o IBGE, na comparação com a primeira semana de maio, o contingente de desempregados no país aumentou em cerca de 2,6 milhões de pessoas, alta de 26% em sete semanas.Para tentar reanimar a economia, o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central iniciou ciclo de redução da taxa de juros (Selic), que chegou à mínima histórica de 2,25% ao ano em 18/6 e foi para 2% em 5/8.
Mesmo diante desse cenário preocupante, a CELOS estava preparada, bem como tomou ações rápidas e efetivas. Realizamos novo estudo de aderência da carteira de investimentos à atual realidade (estudo de ALM) e fizemos alocações pontuais na carteira, buscando aumentar a proteção e aproveitar oportunidades, como a compra de mais Títulos do Tesouro IPCA (NTN-B), início da aplicação em Investimento no Exterior e algumas realocações de Fundos de Investimentos em busca de melhor desempenho. Então, apesar da turbulência, fechamos o primeiro semestre com cinco meses de rentabilidade positiva. Apenas março teve rentabilidade negativa. Isso demostra que, além das atuações neste período, a carteira de investimentos constituída nos últimos anos estava preparada para momentos atípicos.
Como resultado, o Plano Misto acumulou alta de 2,79% diante de uma meta atuarial de 3,43%, que correspondeu a 159% do CDI (principal parâmetro de investimentos), enquanto que o Plano Transitório, que possui a mesma meta, rendeu 2,25%. Já se incluirmos o resultado do mês de julho, o Plano Misto superou a meta atuarial anual de 4,11% ao somar 5,37% no acumulado. O cenário para o restante do ano é de recuperação gradual, porém ainda desafiador, mas a CELOS está atenta e pronta para os desafios do segundo semestre.