Ter acesso a crédito é um dos grandes desafios dos empreendedores de tecnologia, situação que se agravou ainda mais com a crise econômica gerada pela pandemia.
Para ajudar o ecossistema catarinense a enfrentar o momento, a Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), por meio do Fundo Garantidor, já viabilizou o acesso a mais de R$ 3 milhões em linhas de crédito para 26 empresas até o fim de agosto.
Empresas de Florianópolis, São José, Blumenau, Itajaí, Joinville e Chapecó já utilizaram o benefício, e este valor poderá subir ainda mais, alavancando até R$ 12 milhões nessa primeira fase.
Uma das empresas que conseguiu contrair empréstimos com com o fundo foi a Asksuite, plataforma de atendimento inteligente para redes hoteleiras.
Atuando em um dos segmentos mais afetados pela crise, a startup começou a buscar crédito de forma preventiva ao observar o cenário em outros países, porém não teve sucesso por falta de garantias reais.
Com a chegada da pandemia no Brasil, tiveram um grande impacto no faturamento, os levando a demitir grande parte da equipe.
“Foi um alívio quando conseguimos a carta de garantia com a Acate. O recurso serviu para nos mantermos no início da crise, e nos deu segurança para prospectar investimentos para a internacionalização”, destaca o COO da Asksuite, Danilo Pavei.
A estratégia deu tão certo, que no mês de agosto a empresa recebeu um aporte de R$ 4 milhões e está retomando as contratações para o crescimento.
A dificuldade para contrair empréstimos é uma realidade antiga do setor. Ao longo do tempo, muitas ideias inovadoras não foram desenvolvidas em razão da falta de capital, e os empreendedores não tinham como apresentar as garantias exigidas pelos bancos para contrair empréstimos.
Muitos contavam com aportes de fundos de investimento ou investidores-anjo, porém, um levantamento da Anjos do Brasil, organização sem fins lucrativos que atua no fomento do empreendedorismo, apontou que quase dois em cada três dos investidores-anjo entrevistados têm menos disposição de investir em startups no atual cenário, reforçando ainda mais a importância de iniciativas como o Fundo Garantidor para sobrevivência e desenvolvimento das empresas.
“A crise evidenciou ainda mais a importância de termos um ecossistema estruturado e unido, já que esse fundo só foi possível pela contribuição de outras empresas associadas. Com certeza esses empréstimos estão fazendo diferença para os empreendedores que tiveram acesso e ainda fará para muitas outras empresas que ainda irão conseguir”, destaca Iomani Engelmann, presidente da Acate.