As mulheres têm conquistado cada vez mais espaço no empreendedorismo, mas o impacto nos pequenos negócios causado pela pandemia é ainda maior para elas do que para os homens.
É o que revela o levantamento O Impacto da pandemia do coronavírus nos pequenos negócios, do Sebrae.
De 153 países monitorados, o Brasil ocupa a 92ª posição no ranking de igualdade de gênero, demonstrou a pesquisa World Economic Forum.
Na pesquisa são consideradas a participação e oportunidades na economia, desempenho educacional, saúde e sobrevivência e participação política.
Considerando uma nota de 0 a 100, o Brasil pontuou apenas 69. É um número baixo, pois contrasta com outros países que lideram o ranking, como Islândia, Noruega, Finlândia e Suécia, que alcançaram a margem de 82 a 88 pontos.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também chamam atenção para a diferença salarial entre homens e mulheres. Eles ganham 23% a mais e têm uma taxa de desemprego 40% menor do que elas.
A gestora do Sebrae Delas Mulher de Negócios, Marina Barbieri, analisa que as informações levantadas impactam diretamente nas discussões sobre igualdade profissional e a representatividade das mulheres nos pequenos negócios:
“Com essas pesquisas, conseguimos analisar o cenário da mulher empreendedora, principalmente em meio à pandemia, e investir ainda mais em Programas como o Sebrae Delas Mulher de Negócios, que tem como foco a mulher empreendedora, para desenvolver suas ideias e montar seu próprio negócio. Dessa maneira, conseguimos fortalecer as micro e pequenas empresas e reduzir as desigualdades de gênero”.
A pesquisa revela que esse impacto é ainda maior porque as mulheres costumam atuar em setores sociais, um dos segmentos mais afetados pela pandemia, como por exemplo, varejo, turismo e hotelaria.
Além disso, é mais alta a proporção de mulheres na informalidade, que estão mais à margem da lei, dos benefícios do estado e que encontram mais dificuldades para conseguir crédito. Outro ponto importante é a dedicação à família, à casa e atividades do lar, que somam 2,7 horas por dia a mais do que a dedicada pelos homens.
Outro dado importante do levantamento é que as mulheres representam 52% da população, 44% da força de trabalho, mas apenas 34% como donas de negócio.
Segundo a gestora, a inclusão das mulheres no empreendedorismo é importante porque contribui para o crescimento da economia brasileira e aspectos sociais e educacionais:
“As dificuldades enfrentadas pelas empreendedoras refletem também na economia. É preciso tentar reduzir essas desigualdades com Programas que estimulem o empreendedorismo feminino, e que invistam em ações voltadas à mulher que deseja montar seu próprio negócio”.