Os desafios encontrados por muitas indústrias para comprar insumos estão relacionados ao descompasso entre oferta e demanda, causado por fatores como paralisia de cadeias produtivas, sobretudo em março e abril, velocidade da retomada da demanda em diversas economias, mudança do padrão de consumo e taxa de câmbio.
Esses pontos foram destacados pelo consultor da Federação das Indústrias (Fiesc), Pablo Bittencourt, em reunião de diretoria da entidade, e confirmados por uma sondagem feita pela entidade em parceria com a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), que revela que 50,5% das indústrias de Santa Catarina consultadas não podem aumentar a produção por conta da escassez de matérias-primas.
Em sua apresentação, o consultor explicou que à medida que alguns países iam entrando em lockdown, parte das cadeias iam sendo afetadas, com a parada da produção. E o retorno desses fluxos foi mais devagar do que se esperava.
“O restabelecimento das correntes de comércio nas cadeias produtivas deve demorar um pouco ainda e isso ajuda a explicar as dificuldades para comprar insumos. De 40% a 70% das empresas brasileiras, segundo dados do IBGE, registraram problemas com fornecedores na primeira quinzena de setembro. Isso é fruto dessas grandes dificuldades internacionais”, destacou.
PESQUISA
A pesquisa apontou que 64,5% das empresas consultadas informaram que estão com dificuldades para atender a demanda e 36,9% delas relataram que a demanda é maior do que a capacidade de produção.
De acordo com a pesquisa, 43% dos industriais ouvidos acreditam que a normalização no atendimento aos clientes ocorrerá de 3 a 6 meses enquanto que 46% responderam que a normalização deve ocorrer em até três meses.
Apenas 11% dos entrevistados acreditam que o desajuste vai se manter por mais de 6 meses.
Mesmo tendo acesso aos insumos por um preço mais elevado, 46,1% dos respondentes informaram estar com dificuldade de ter acesso às matérias primas produzidas nacionalmente.
Para 33,2% dos empresários industriais, o motivo está relacionado ao aumento da demanda acima da capacidade, enquanto que 25,6% acreditam que o preço elevado é reflexo do desequilíbrio entre oferta e demanda.
A pesquisa completa pode ser conferida pelo link clicando aqui.