Tradicionalmente reconhecidas pelo grande potencial na construção naval, ao produzir embarcações que vão desde barcos de pesca, passando por iates de alto luxo, até imensos navios, as cidades de Itajaí e Navegantes, no litoral norte catarinense, também foram escolhidas para executar réplicas de embarcações históricas.
Nesta semana, uma reprodução da primeira NAU Santa Maria,caravela que trouxe Cristóvão Colombo às Américas, teve o seu processo de construção e exportação finalizado e partiu rumo à ilha de Curaçau/Antilhas Holandesas, no mar do Caribe.
A saída está prevista para ocorrer até quinta-feira, dia 29 de outubro.
Responsável pelos trâmites de exportação e importação de materiais usados na construção do barco, assim como o processo que habilitou a viagem rumo ao seu destino, o diretor da empresa H.ace, Jorge Irineu Hosang, explica que o barco seguirá até o Caribe navegando pela costa brasileira.
“Fizemos uma pesquisa e identificamos que seria economicamente mais viável que a embarcação fosse navegando do que transportada por algum navio. A previsão é de que a viagem possa levar entre 30 e 40 dias para ser concluída, levando em conta as paradas para abastecimento”, contou.
O investidor do projeto, o argentino Miguel Pedro Sheppard, explica que a construção do barco veio precedida de um extenso trabalho de pesquisa histórica, combinado a uma engenharia moderna, para oferecer mais conforto e segurança aos tripulantes.
Segundo o empresário, apenas na execução desta primeira embarcação foram investidos 3 milhões de dólares, incluindo todos os custos com estudos.
Projeto prevê a construção de outras réplicas
Este foi apenas o primeiro barco de uma série de 10 embarcações idênticas que devem ser construídas nos próximos anos na região e que serão empregadas na exploração turística na nas diversas ilhas caribenhas.
Também estão previstas a construção de quatro réplicas da embarcação “Pérola Negra”, que estrelou a famosa série de filmes “Piratas do Caribe” e de dois “La Venganza de La Reina Ana”, o galeão mais moderno do século XVIII, roubado e transformado em navio pirata por Barba Ruiva.
PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO BARCO
A construção da primeira réplica da NAU Santa Maria feita no Brasil, foi realizada em dois estaleiros catarinenses, a construção iniciou em Itajaí e foi concluída na cidade vizinha de Navegantes.
Foram quase 4 anos de um trabalho que contou com a mão de obra regional orientados por profissionais especializados no segmento, alguns vindos do exterior.
Segundo Hosang, as próximas embarcações devem ser construídas de duas em duas, de modo a acelerar a entrega:
“Acreditamos que as próximas construções gerem em torno de 800 empregos, diretos e indiretos aqui na região, num contrato que deve chegar próximo dos 50 milhões de dólares”.