Nunca esteve tão em alta e nunca foi tão necessário falar de inovação. O que nem todo mundo sabe é o que de fato significa inovar. Muitos acham que inovação é criação, e que está exclusivamente ligada a novos produtos ou serviços.
No entanto, inovar vai muito além, não se pode limitar a amplitude de significado à apenas uma grande ideia, de um produto super tecnológico ou grandioso e que ainda não exista.
Na verdade, com a globalização da informação, é cada vez mais desafiador criar algo, principalmente em países emergentes. Quando se está criando aqui, alguém já está com um novo post estampando sua timeline nas redes socias, ou na página inicial de seu provedor de internet.
O ciclo dos produtos vem se reduzindo. Isto é: as empresas precisam desenvolver um maior número de produtos em um período menor de tempo. São produtos que, por vezes, ficam vulneráveis ao aumento da concorrência em nível mundial, às mudanças de necessidades, aos gostos dos clientes e ao emprego de novas tecnologias.
Nesse contexto, você já parou para pensar na diferença entre a criação e inovação?
A criação é pensar em coisas novas e a inovação é a aplicação prática da criatividade, isto é, tornar a ideia comercialmente viável.
A inovação não é algo simplesmente novo. É algo novo que traz resultados para a empresa. O mundo está cheio de inventores que nunca obtiveram sucesso com suas ideias “brilhantes”. A inovação é a transformação de novas ideias em resultado. É tornar uma ideia disruptiva, que proporciona um novo jeito de fazer as coisas, de forma economicamente viável.
Nesse sentido, a principal diferença entre criação e inovação é que a criação significa conceber novas ideias. Ideias criativas, muitas vezes subjetivas e de difícil mensuração. Por sua vez, a inovação é totalmente mensurável, já que está voltada para o trabalho necessário para viabilizar uma ideia. Ou seja, um produto premiado ou notavelmente uma ideia boa e inovadora, não são garantia de sucesso. É preciso muita AÇÃO.
Muitos estão fazendo mais do mesmo com medo de inovar porque não possuem uma grande ideia. O que ninguém conta é que, para inovar não é necessário reinventar a roda ou a ir à Marte ou um grande feito para a sociedade.
Veja os serviços que se difundiram nos últimos anos: o Uber, por exemplo, não trouxe algo do zero, mas criou um modo mais controlável, fácil e interessante para a contratação de transporte. Transformou em realidade e solução as deficiências que todos nós visualizávamos nos serviços de táxi.
INOVAÇÃO é uma questão de mentalidade. Ter cultura organizacional orientada para uma adaptação inovadora fará com que se atinja os objetivos. Uma empresa inovadora age com um controle central para monitorar, auto-organizar, adaptar e aprender a navegar em complexidade.
A inovação não pode ser dependente do acaso ou fruto apenas de sorte. Por trás de uma boa ideia, comumente, há horas de esforços que produzem insights até se chegar à concepção final.
Assim, a inovação não é uma atividade eventual, é um processo a ser gerenciado, desde a sua ideia inicial até a sua implementação, a fim de possibilitar a manutenção da competitividade das empresas no mercado.
Os momentos de crise, como esse que estamos vivendo, são uma grande oportunidade para sair da zona de conforto, e buscar estabelecer uma NOVA.
O novo normal, trará um novo consumidor, cheio de confiança, com uma postura de consumo diversificada. Ele deseja encontrar o produto onde ele estiver. Busca qualidade e não colocará o preço como prioridade, se tiver uma experiência real do valor do que comprar.
Em minha trajetória, pude acompanhar o pioneirismo do Ralo Linear no Brasil, que nasceu em tempos de crise, após a tragédia de 2008 em Santa Catarina, e ainda com pouco tempo no mercado, enfrentou a que seria a maior crise econômica dos últimos tempos.
Nesse case, a peça central era o ralo, em um formato novo, absolutamente fora do convencional, mas o ralo que sempre esteve ali, o “mal” necessário que toda área de escoamento precisa e que por décadas foi o mesmo e sempre funcionou. Então por que mudar?
Nesse case, era um produto novo, uma grande ideia, acompanhando a tendência. Se pisos crescem, chuveiros têm mais potência, o ralo também precisava mudar. Porém, só o produto existir não era suficiente. O foco em questão foi a geração de VALOR. No mínimo o benefício da dúvida seria alcançado.
Muitos dizem que devemos pensar fora da caixa. Eu prefiro pensar fora, mas também dentro da caixa: há muita inovação a buscar no dia a dia das empresas.
No nosso caso, a mentalidade inovadora é parte do DNA. Não se criam só produtos, cria-se soluções, processos e se impõe melhoria contínua, que aliados geram valor percebido pelo consumidor, o conhecido custo x benefício. Quando se atinge essa percepção de que a criação é apenas a primeira etapa de um processo inovador podemos afirmar que há inovação.
Ter uma grande ideia, nem sempre é possível, e se tiver, sozinha ela não é nada. E quando não houver como criar produtos, lembre-se que é possível inovar todos os dias. São reinvestimentos, processos, tecnologia, redução de custos, abertura de novos mercados, todo contexto de uma empresa é passível de inovação. Por isso, ter uma atmosfera voltada ao novo é o primeiro passo para quem busca por inovação.
Encaramos hoje a era das startups, e acredito que a todo momento podemos ser startup, e startar algo novo.
Que tal desafiar-se a responder diariamente à pergunta: Você já inovou hoje?
E parafraseando grande amigo e idealizador do Ralo Linear: “O ralo sempre esteve ali, eu olhei pra ele”, eu digo a você: a sua “I-NOVA-AÇÃO” está ali, olhe pra ela!