As eleições municipais deste ano em Florianópolis marcam uma mudança no perfil da Câmara de Vereadores, com mais vereadores eleitos pertencentes ou apoiadores da causa LGBTI+.
Foram dois nomes escolhidos pela população: Carla Ayres (PT), que se identifica como mulher lésbica, e Marquito (PSOL), apoiador da comunidade, que teve o maior número de votos para vereador na capital catarinense.
Ao todo, a cidade contou com 10 candidaturas com pautas relacionadas ao grupo, de acordo com a Aliança Nacional LGBTI+.
Essa transformação pode ser observada em todo o Brasil, já que as lideranças LGBTI+ buscam, mais do que nunca, espaço na política para que seus discursos possam ser ouvidos.
“Nos últimos anos, houve o fortalecimento de um fenômeno internacional de aumento de conscientização e engajamento político, principalmente pelas gerações mais jovens (Millennials e Geração Z). Isso ocorre junto a diminuição de desigualdades e acesso a mecanismos políticos como ambientes universitários, coletivos e afins”, explica Bruno Jordão, cofundador e diretor de comunidade e de operações da startup de impacto social Nohs Somos.
Segundo o especialista, o resultado das eleições é muito importante para a comunidade, já que a pauta não é debatida no âmbito legislativo, as principais conquistas da comunidade costumam vir pelo judiciário.
“Os vereadores escolhidos precisam propor projetos de lei que ajudem LGBTIs+, com temas como o uso do nome social nos órgãos do município e a proibição e penalização de funcionários públicos que sejam LGBTIfóbicos”, destaca.
A startup, que tem como foco a segurança e bem-estar da população LGBTI+, lançou durante o período eleitoral materiais educativos com o objetivo de conscientizar sobre a escolha dos próximos representantes às prefeituras e câmaras municipais.