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Juristas avaliam 5 iniciativas que devem constar no planejamento empresarial

Foto: Pedro Waldrich

Estabelecer metas e projetos em 2021 é, para empresas e executivos, um desafio ainda maior do que nos outros anos.

A incerteza em relação à retomada econômica, fim da pandemia e reabertura de fronteiras exige cautela no planejamento empresarial, mas, acima de tudo, eficiência no planejamento das ações.

No longo prazo, aliás, planejar é o calcanhar de Aquiles dos negócios brasileiros: de acordo com levantamento da consultoria Falconi, apenas 10% das MPEs do país o fazem.

Para o advogado empresarial Flávio Pinheiro Neto, o momento é propício para a análise e comprometimento com alguns fatores:

“Enquanto em 2020 a maioria dos negócios precisou agilizar a estruturação de planos de gestão de crise, a fim de conter quaisquer danos, em 2021 o cenário pode ser muito mais interessante no que diz respeito a organizar, estruturar e oportunizar o crescimento da empresa”.

Cinco iniciativas para retomar o crescimento

De acordo com ele, uma das questões em alta no universo corporativo, especialmente para quem busca investidores, é a análise de comportamento dentro do conceito de ESG:

“Cada vez mais os fundos de investimentos analisam a questão da governança ambiental, social e corporativa. A forma como a empresa se comporta e as ações que promove com foco nestas três frentes, utilizando recursos naturais de forma consciente, respeitando as pessoas e desenvolvendo planos para crescimento sustentável é essencial. Em 2021, incluir o ESG no planejamento empresarial tornou-se algo fundamental para a imagem e o fortalecimento do negócio”.

Outra questão essencial no planejamento empresarial é a revisão tributária. Um levantamento do Studio Fiscal mostrou que 95% das empresas enquadradas nos regimes de Lucro Real e Lucro Presumido pagam mais impostos do que deveriam.

“Manter uma estrutura enxuta é essencial para a retomada. Avaliar o regime tributário mais aderente ao negócio, os incentivos fiscais disponíveis, iniciativas legais para redução do custo de tributos, são exemplos do que pode ser feito neste sentido”, indica a advogada tributarista Eduarda Prada Radtke.

O terceiro fator apontado pelos juristas é o foco na redução de custos. “Neste tópico é importante que o planejamento empresarial englobe a revisão de contratos com fornecedores e clientes, a análise de investimentos e aplicação de aporte. Um investimento inteligente alinhado com um relacionamento fortalecido com a cadeia de fornecimento e compra irá garantir a margem de lucro necessária para o crescimento”, indica o advogado Henrique Chiummo.

Foco nas pessoas e nas oportunidades do pós-pandemia

Já o advogado Marcos Vinicius de Carvalho Ribeiro complementa que as iniciativas de cuidado e bem-estar com as pessoas não podem ser deixadas de lado:

“No último ano vivenciamos a ascensão do home office e dos modelos híbridos de trabalho. Mais do que ser orientado pela legislação, o processo de decisão de novos formatos de trabalho deve levar em conta produtividade, mas também estrutura oferecida aos profissionais, cuidados relacionados à saúde mental e bem-estar e realização de ações de engajamento. Afinal, pessoas bem assistidas entregam projetos com mais qualidade e comprometimento”.

A identificação de novos negócios é outro fator que virá à tona em 2021, impulsionada pela expectativa da retomada econômica.

“Além dos desafios, a crise econômica acaba trazendo novos formatos de consumo e entender a movimentação do mercado é fundamental para aproveitar os nichos que acabam surgindo. Uma consultoria jurídica para a identificação e desenvolvimento de novos negócios é essencial para garantir o cumprimento dos aspectos legais e também um bom plano de ação do ponto de vista comercial”, finaliza Flávio.

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