O enfermeiro Júlio César Vasconcellos de Azevedo, 55 anos, dedicou 28 anos de vida à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Celso Ramos, em Florianópolis. Nos últimos meses, presenciou a batalha de inúmeros catarinenses que tiveram de enfrentar o agravamento do coronavírus.
O profissional da saúde foi o primeiro a tomar a vacina em Santa Catarina e fez apelo à população para buscar a imunização:
“Vocês não sabem como é difícil ver as pessoas internadas, com falta de ar, viradas de barriga para baixo para poder respirar melhor, intubadas. Pensem nos seus pais, nos seus avós, e tomem a vacina em nome do amor”, declarou.
O ato inicial da vacinação, realizado no Instituto de Cardiologia, em São José, também contou com a aplicação da primeira dose na indígena Kerexu Yxapyry e no idoso João de Jesus Cardoso, de 81 anos.
Gestora ambiental e líder da terra indígena Morro dos Cavalos, em Palhoça, Kerexu agradeceu “às divindades, a sabedoria da ciência e a luta de todos os povos” para que o início da vacinação fosse possível no estado.
“Minha sensação é de liberdade, porque passamos praticamente um ano presos por motivos de proteção, naquela incerteza de como conseguiríamos chegar aonde chegamos. A gente precisa lutar muito para que toda a população catarinense receba a vacinação. Todos precisamos querer tomar a vacina e estar imunizados”, afirmou.
O primeiro lote das vacinas também contempla as pessoas de ao menos 60 anos institucionalizadas no estado.
Residente de uma instituição de longa permanência em São José, o idoso João de Jesus Cardoso fez questão de ser um dos primeiros.
“Eu fiquei contente. Tem que tomar. Todo mundo tem que tomar a vacina”, resumiu.