A taxa de desemprego foi de 14,1% no trimestre encerrado em novembro do ano passado. Com isso, o número de desempregados foi estimado em 14 milhões.
A informação foi divulgada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira, dia 28 de janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa foi a mais alta para esse trimestre móvel desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012.
Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior (11,2%), o aumento é de 2,9 pontos percentuais.
Já o número de pessoas ocupadas aumentou 4,8% no trimestre encerrado em novembro e chegou a 85,6 milhões. São 3,9 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho em relação ao trimestre anterior. Com isso, o nível de ocupação subiu para 48,6%.
De acordo com a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, o crescimento da ocupação é explicado pelo retorno das pessoas ao mercado de trabalho após a flexibilização das medidas adotadas para combate da pandemia e pela sazonalidade de fim de ano especialmente no comércio:
“O crescimento da população ocupada é o maior de toda a série histórica. Isso mostra um avanço da ocupação após vários meses em que essa população esteve em queda. Essa expansão está ligada à volta das pessoas ao mercado que estavam fora por causa do isolamento social e ao aumento do processo de contratação do próprio período do ano, quando há uma tendência natural de crescimento da ocupação”.
O aumento na ocupação atingiu nove dos dez grupos de atividades observados na pesquisa, mas foi mais intenso no comércio: mais 854 mil pessoas passaram a trabalhar no setor no trimestre encerrado em novembro.
A indústria (4,4%, ou mais 465 mil pessoas) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,6%, ou mais 427 mil pessoas) também se destacaram no aumento da população ocupada.
“Além do comércio, outras oito atividades econômicas investigadas pela pesquisa cresceram significativamente na ocupação, mostrando que esse processo de absorção de trabalhadores também avançou em outros setores, como construção (8,4%, ou mais 457 mil pessoas), transporte, armazenagem e correio (5,9%, ou mais 238 mil pessoas) e alojamento e alimentação (10,8%, ou mais 400 mil pessoas)”, diz a pesquisadora.
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MERCADO INFORMAL
A maior parte do crescimento da ocupação veio novamente do mercado informal.
Um exemplo é o número de empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada, que cresceu 11,2%, somando agora 9,7 milhões.
Com esse acréscimo, a taxa de informalidade chegou a 39,1% da população ocupada, o que representa 33,5 milhões de trabalhadores informais no país.
“Os trabalhadores informais foram os mais afetados no começo da pandemia e também foram os que mais cedo retornaram a esse mercado. A população informal nesse mês de novembro corresponde a cerca de 62% do crescimento da ocupação total e, no trimestre encerrado em outubro, respondia por quase 89% da reação da ocupação. Então, a informalidade passa a ter uma participação menor em função da reação da carteira de trabalho assinada”, explica.
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MERCADO FORMAL
Já o contingente de empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada aumentou 3,1% (895 mil pessoas a mais) e agora soma 30 milhões.
No mesmo período, a categoria dos trabalhadores domésticos aumentou 5,1% e agora é formada por 4,8 milhões de pessoas.
Também houve crescimento de 1,4 milhão de pessoas no contingente de trabalhadores por conta própria, que chegou a 22,9 milhões.
No entanto, se comparado ao mesmo período de 2019, essa categoria perdeu 1,7 milhão de pessoas.
“Embora haja esse crescimento na ocupação nesse trimestre, quando a gente confronta a realidade de novembro de 2020 com o mercado de trabalho de novembro de 2019, as perdas na ocupação ainda são muito significativas”, afirma Beringuy, que ressalta que atividades como Alojamento e alimentação, Serviços domésticos e o próprio Comércio ainda acumulam perdas anuais relevantes.
O contingente total de pessoas ocupadas no país caiu 9,4% na comparação com o trimestre encerrado em novembro de 2019, o que representa uma redução de 8,8 milhões de pessoas.
POPULAÇÃO FORA DA FORÇA
A pesquisa também apontou que a população fora da força caiu 3,4%, uma retração de 2,7 milhões de pessoas quando comparada com o trimestre anterior.
Já em relação ao mesmo período de 2019, o contingente cresceu 17,3%, ou 11,3 milhões de pessoas a mais.
Também houve redução na força de trabalho potencial, que inclui pessoas que não estavam nem ocupadas nem desocupadas, mas que possuíam potencial para se transformar em força de trabalho.
Esse grupo caiu 15,8% frente ao trimestre anterior, o que representa uma redução de 2,1 milhões de pessoas.
Subgrupo de pessoas da força de trabalho potencial, os desalentados foram estimados em 5,7 milhões, ficando estável em relação ao último trimestre.
Se comparado ao mesmo trimestre do ano anterior, quando havia no país 4,7 milhões de pessoas desalentadas, houve um crescimento de 22,9%.
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