Impossível não aproveitar o mês da mulher para trazer neste espaço uma discussão pertinente e fundamental sobre o impacto da liderança feminina nas empresas. Mas não quero trazer neste artigo uma espécie de manifesto, mas sim, uma constatação da qualificação que as mulheres trazem consigo quando assumem desafios em grande escala.
Muito se fala sobre a capacidade de ser multitarefa, do olhar mais atento e sensível aos desafios e da dedicação que elas colocam em tudo o que fazem. E isso é fato. No entanto, nos últimos anos não faltaram estudos para constatar e comprovar o que, de forma empírica, já sentia em relação à liderança e empreendedorismo feminino. Mais do que isso: equipes multidisciplinares, onde homens e mulheres atuam de forma igual, com respeito às suas melhores habilidades, tendem a ter uma construção mais efetiva e resultados melhores.
No combate à pandemia, por exemplo, de acordo com levantamento da Associação Americana de Psicologia, a liderança feminina foi mais eficaz. A pesquisa norte-americana mostrou que elas tendem a lidar com a situação com mais empatia e, principalmente, serem mais ouvidas e terem mais habilidade para convencer seus liderados sobre a necessidade de iniciativas de proteção.
Neste aspecto, temos um exemplo muito claro de liderança no Brasil. Luiza Trajano, do Magazine Luiza, e mais recentemente, Sonia Hess de Souza, ex-presidente da Dudalina, lideram um movimento ousado, que quer vacinar toda a população brasileira até o fim do ano. Porque, fundamentalmente, entendem que este é o caminho mais eficiente para que a economia volte a crescer.
As mulheres, em geral, não são apenas movidas pela empatia, mas usam desse sentimento para entender qual o melhor caminho que leva aos resultados positivos. Em uma avaliação comportamental feita por especialistas norte-americanos com mais de 800 líderes de 60 países, elas pontuaram em pelo menos 13 de 19 competências de avaliação comportamental. Tomar iniciativa, aprender rápido e habilidade de inspirar são algumas delas.
Nem sempre é fácil trilhar o caminho da liderança – e isso independe de gênero. Exige resiliência e motivação. Como talvez você tenha visto em matéria recente aqui, eu pude desenvolver essas habilidades não somente à frente da Ellevo, mas em outras oportunidades de formação que me ajudaram a ter uma abordagem multidisciplinar e uma preparação além do universo corporativo.
Para as futuras gerações, mulheres como as que citei aqui e tantas outras, como Melinda Gates (Fundação Bill e Melinda Gates), Cristina Junqueira (Nubank), Flavia Maria Bittencourt (Adidas) e Paula Bellizia (Microsoft) são exemplo de que, independente de idade, profissão ou segmento de atuação, é possível encontrar o sucesso e transformar a liderança. Que tenhamos cada vez mais espaço e que ele seja conquistado, sempre, por mérito e reconhecimento.