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Precisamos repensar nossa forma de promover pessoas

Foto: Daniel Zimmermann

Se você é líder de uma empresa ou é empreendedor com certeza já se deparou com dúvidas em relação a promoção profissional. Afinal, não existe uma cartilha, um guia ou mesmo uma receita pronta quando o assunto é engajamento de pessoas e reconhecimento.

Há, no entanto, uma prática que se tornou habitual e aceitável em todos os segmentos e níveis de gestão: para demonstrar satisfação com as entregas de um colaborador e, como forma de reconhecer sua dedicação, optamos pela promoção hierárquica.

E neste processo, damos cargos de liderança a pessoas nem sempre prontas ou dispostas a encarar esta função. Tiramos de áreas técnicas excelentes profissionais, com entregas essenciais para a continuidade dos projetos, colocando-os em funções com as quais não possuem familiaridade.

Enquanto líder e empreendedora, por diversas vezes promovi pessoas que considerava cruciais para o negócio com o objetivo de demonstrar reconhecimento. E por diversas vezes errei nesta decisão.

Especialmente na área de tecnologia, lidamos com muitos perfis extremamente eficientes, analíticos, metódicos e com profundo conhecimento técnico. Nosso desafio, no entanto, é não só saber aproveitar essas habilidades a cada projeto desenvolvido, como também encontrar novos formatos de promoção.

Na gestão de pessoas, as discussões acerca deste tema deram origem aos estudos e projetos de promoção horizontal. Neste tipo de reconhecimento, busca-se novos formatos de validar e agregar valor à carreira dos profissionais, sem que necessariamente tenham que assumir cargos de liderança. Seja através de aumento salarial, benefícios institucionais ou mesmo flexibilidades exclusivas, nestes moldes não há a subida no nível hierárquico da empresa. Assim, grandes profissionais técnicos seguem fazendo o que melhor sabem, continuam com entregas acima da média, e não precisam lidar com novas atribuições, especialmente as de gestão, para as quais não possuem formação ou habilidades.

Há ainda a opção de carreira em Y, quando damos ao próprio colaborador a oportunidade, a partir de certo ponto, de escolher como quer conduzir o seu crescimento profissional: assumindo cargos de liderança e gestão ou se torna um especialista técnico. Assim, caso não se sinta confortável com as atribuições comuns de um líder, segue um patamar de crescimento que vai valorizar suas habilidades técnicas.

Cabe às empresas deixarem de lado um modelo cada vez mais ultrapassado de promoção profissional, seja na hora da análise de currículo, onde o conhecimento precisa se sobrepor ao cargo hierárquico, seja no seu próprio modelo de gestão.

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CEO da Ellevo

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