Alunos e professores da Escola de Educação Básica Vinte e Cinco de Maio, em Fraiburgo, desenvolveram um projeto de horta circular na sede da instituição.
A horta começou a ser montada em 2008, mas passou a se desenvolver mais a partir de 2014, com a criação do Curso Técnico em Agroecologia.
Atualmente, o curso atende 50 estudantes de cidades da região, que ficam alojados na sede da escola.
A permanência dos alunos na unidade é um dos princípios da pedagogia da alternância (tempo escola e tempo comunidade).
Essa proposta pedagógica possibilita aos educandos multiplicar o conhecimento e colocar em prática, diretamente na propriedade das famílias, o que aprenderam em sala de aula.
O coordenador do curso, professor Rodrigo Pinheiro, explica que no 1º ano os alunos ficam 45 dias na escola e 30 dias em casa:
“A horta é um laboratório de práticas para os estudantes. Eles veem que a plantação não é produtiva apenas para o consumo próprio, mas que o excedente pode gerar renda para a família”.
ALUNOS FAZEM A MANUTENÇÃO
O espaço de 2.400 metros quadrados é mantido pelos próprios professores e alunos, que contribuem com atividades diárias como capina, limpeza de plantas invasoras, adubação e irrigação.
“No centro, que representa o sol, temos a composteira, que produz uma parte do adubo que é aplicado na horta”, detalha o professor.
A escola tem como princípio a produção orgânica e agroecológica dos alimentos. Ou seja, não há uso de adubos químicos e agrotóxicos.
Dessa forma, para nutrir o crescimento das plantas, são usados adubos naturais, como pó de rocha basáltica e húmus de minhoca.
Ainda fazem parte das práticas aprendidas pelos alunos as técnicas de manejo agroecológico como cobertura de solo, uso de plantas repelentes, caldas fungicidas e inseticidas feitos na escola.
PRODUÇÃO EXCEDENTE É COMERCIALIZADA
Uma parte da produção fica na unidade, para consumo dos estudantes e outra é levada à feira da agricultura familiar, que ocorre todo sábado na cidade.
Os recursos retornam para a escola e se destinam à compra de materiais para laboratório e investimento em aulas em campo.
Para o professor, o contato com o público final é essencial:
“Os estudantes podem dialogar diretamente com os consumidores e assim desenvolver ainda mais o empreendedorismo na área rural”.
O gestor da escola, Agnaldo Cordeiro, explica que a unidade sempre esteve ligada à luta da comunidade pelo projeto de educação no campo:
“Aqui discutimos as questões ambientais e provocamos transformação nas famílias. A horta e outras unidades didáticas motivam nossos jovens a serem empreendedores e a buscar o respeito ao nosso planeta, desenvolvendo a produção sem uso de agrotóxicos e adubos químicos”.