No Economia SC Drops de hoje conversamos com o CEO da Unimed Grande Florianópolis, Richard Oliveira, para entender como os processos de inovação e tecnologia ajudam a diminuir a burocratização no setor de saúde e levá-lo a um novo patamar. Confira abaixo:
O uso de tecnologia na área da saúde se mostrou ainda mais essencial devido ao atual momento. A tendência é que permaneça no dia a dia de clínicas e hospitais? Onde a tecnologia é essencial e onde não pode substituir o contato entre profissional e paciente?
Richard: A tecnologia é a soma de mentes brilhantes e, diferente do que muitos imaginam, de que ela veio para substituir o ser humano, alguns exemplos facilmente demonstram que a tecnologia, em sua versão humanizada, une-se às pessoas para gerar soluções e resultados. Na saúde, por exemplo, inteligências artificiais monitoram os sinais vitais de pacientes a cada 4 segundos, partindo de uma velocidade pela qual equipes médicas, mesmo as mais eficientes, não conseguiriam se aproximar. Outro contexto que exemplifica a aplicação de tecnologias é aquela por trás de machine learning (aprendizado de máquina) e process mining para um modelo derivado dos dados. Tratam-se de soluções chaves que permitem aos gestores identificar em questão de horas ou poucos dias gargalos e inconformidades nos processos internos, e que levariam meses para serem identificados sem a ajuda desses sistemas. É certo que vivemos cada dia mais em um mundo de incertezas e volatilidade. Nos anos 80, com o aumento do uso de computadores pessoais, as organizações começaram suas jornadas digitalizando de forma tímida processo, produto ou serviço, com o objetivo de reduzir custos e aumentar a produtividade. Esse foi o cenário que fez iniciar a Transformação Digital, seguida com mais regularidade ao longo dos anos 90 e 2000. Partindo de um consumidor cada vez mais conectado, as empresas, sejam elas do ramo da saúde ou não, se viram obrigadas a investir nas equipes digitais, dando início a uma nova era e a um novo formato de fazer negócios simplificados contra a burocracia.
O Brasil está preparado em termos de tecnologia para diversos segmentos da saúde e suas aplicações?
Richard: É surpreendente a velocidade com que a sociedade se transforma. Novas formas de se comunicar, relacionar, produzir, consumir e se informar. Percebemos isso no mundo do trabalho, no consumo e nos hábitos da população, como fazer uma compra, pedir uma refeição, fazer transferência bancária, conectar-se com um médico via telemedicina. Tudo está a um toque pelo celular. A tecnologia e a inovação são dois itens que proporcionam evolução e revolução na saúde e em outras frentes. Quem não acompanhar esse ritmo de transformação fica desatualizado e fora do contexto social. Em termos de Brasil, há centenas de mentes brilhantes, pesquisadores de altíssimo nível, mas quando olhamos para as tecnologias que usamos no dia a dia, pouquíssimas são feitas e desenvolvidas por aqui. Temos condições de criarmos nossas próprias soluções, nossa própria vacina, por exemplo, desde que investimentos em pesquisa, ciência e tecnologia sejam acelerados.
A inovação e a tecnologia, muitas vezes, andam de mãos dadas. Aplicadas na área da saúde, também?
Richard: Com certeza. Inovar não precisa, necessariamente, ter recursos tecnológicos. A inovação na saúde pode estar associada a atitudes mais simples, como a leitura de cartas escritas a mão para pacientes numa era em que o digital predomina. Parece uma contradição, mas inovar engloba uma visão facilitada e divertida para situações automáticas ou que burocratizam o nosso dia a dia.
Sabemos que a Unimed Grande Florianópolis tem um papel fundamental quando se trata dos dois tópicos citados na pergunta anterior. Que tipo de soluções encontramos na unidade?
Richard: Nos últimos dois anos, a Unimed Grande Florianópolis (UGF) deu vários saltos, especialmente em inovação e mudanças na cultura organizacional. Instituímos internamente uma espécie de slogan, a #ObsessãoPeloCliente para pulverizar na prática o significado de que o cliente está em primeiro lugar. Um dos exemplos é o aplicativo Cliente UGF, que está repaginado e mais intuitivo para que o beneficiário possa gerir o plano de saúde de onde estiver. Recentemente, lançamos a nível nacional cabines de pronto atendimento e telemedicina, a Doctor-U, para permitir uma conexão mais direta com o médico, mesmo à distância. Na China, essas cápsulas já são uma realidade e estão nas ruas. No Brasil, eram vistas como algo impossível. Então, começamos a pensar em algo para digitalizar o atendimento médico e se colocar ao lado do beneficiário. A telemedicina já tinha sido lançada, então agora é um passo a mais. Há outras inovações que adotamos por meio de parcerias, como um pronto atendimento digital que faz a triagem dos clientes com sintomas do coronavírus e de outras doenças, diretamente de suas casas, pelo celular, e o Techcash, uma conta digital para os médicos cooperados.
O que podemos esperar de novidades para 2021?
Richard: Mais engajamento, obsessão pelo cliente e soluções que facilitam a jornada e a experiência de nossos públicos. Queremos nos tornar cada vez mais digitais, mas sem perder a essência da humanização e do relacionamento com as pessoas. Somos incansáveis em deixar fluir o século 21, ou seja, líderes por adesão e transversalidade de cultura.