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Integração de softwares é tendência no setor financeiro com chegada do open finance

Foto: Rawpixel.com/AdobeStock

Com o open finance em fase de implementação, o consumidor está cada vez mais no centro do desenvolvimento de produtos financeiros no Brasil.

O maior objetivo desse modelo é justamente devolver ao usuário o poder sobre seus dados financeiros, hoje concentrados com os grandes bancos, e possibilitar o compartilhamento dessas informações com quaisquer instituições que o consumidor desejar e autorizar.

Esse compartilhamento de dados é realizado por meio de uma interface de programação de aplicativo (API), permitindo que o fluxo de dados entre sistemas seja compartilhado de maneira mais segura e ininterrupta. 

A integração entre sistemas é uma das tendências do futuro. Segundo uma pesquisa da consultoria Gartner, 45% dos recursos materiais e humanos em novos projetos de tecnologia serão usados neste processo.

Com isso, as integrações como serviço Integration Platforms as a Service (iPaaS) e Application Programming Interface (API) ganharão espaço.

A Gartner estima que até 2022 deve ocorrer o investimento de 3 bilhões de dólares em soluções iPaaS. O objetivo das duas tecnologias é otimizar a eficiência operacional das empresas, reduzindo os custos, pois dispensa a necessidade de manter uma equipe interna de desenvolvedores. 

No setor financeiro, as APIs podem proporcionar inovação, redução de custos e mais segurança nas transações dos clientes.

“A API é uma forma de comunicação que transporta dados de um sistema para outro em tempo real. Esse tráfego de dados ágil é especialmente importante para integrar sistemas de gestão e outros serviços e aplicações baseados na nuvem, evitando que as informações precisem ser transportadas manualmente. Além disso, vai permitir o acesso ao histórico financeiro do cliente, com troca de informações entre as financeiras, possibilitando a oferta de produtos personalizados”, explica Guilherme Verdasca, CEO da fintech Transfeera.

Por exemplo, se uma empresa usa um sistema de gestão para o financeiro, ela pode por meio de API, integrar uma ferramenta para fazer pagamentos online para bancos diferentes diretamente por ela.

Ou seja, a integração dos sistemas permite que o trabalho seja realizado sem intervalos ociosos ou lacunas, já que a ligação entre os processos é aperfeiçoada, trazendo impactos muito positivos para as rotinas financeiras.

Confira alguns exemplos de APIs que pode ser utilizadas no setor financeiro:

Gestão e processamento de pagamentos

No setor financeiro, automatizar os processos é uma das principais maneiras de garantir a otimização do tempo, as APIs podem auxiliar promovendo eficiência, segurança e agilidade.

A Transfeera, fintech open banking, oferece integração por API para gestão e processamento de pagamentos, com a solução é possível realizar pagamentos em escala.

A validação de dados bancários é mais uma das funcionalidades oferecidas, também com integração via API.

“Os dados bancários do favorecido passam por uma validação, que pode ser: apenas por sistema, a fim de garantir que os dados bancários estão corretos e que o documento informado é válido; ou ainda por método avançado com micro-depósito, a fim de garantir que o favorecido informado é o titular da conta e vai receber o pagamento, evitando perdas e falhas”, destaca o empresário.

Confirmação de data e hora das transações bancárias

Para as instituições financeiras, poder atestar o horário exato em que uma transação bancária foi realizada é fundamental para garantir a validade e a segurança jurídica da operação.

A BRy Tecnologia, empresa especialista em soluções para identificação, formalização e registro digital, desenvolveu uma API de Carimbo do Tempo com essa função.

A tecnologia registra data e hora em que uma transação ou documento foi gerado a partir de uma fonte de tempo segura, como o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), garantindo tempestividade e segurança jurídica da operação.

“O Carimbo do Tempo utiliza criptografia e segue regras rígidas de controle no uso das chaves e acesso ao relógio, impedindo que seja realizado um registro retroativo, mudando data ou horário, além de também garantir a integridade dos demais dados da transação. Por isso, é uma ferramenta essencial de segurança para garantir a validade da transação”, explica Cristian Moecke, CTO da empresa.

Pagamento por reconhecimento facial

No caso da Payface, startup de tecnologia que usa de reconhecimento facial para proporcionar um pagamento rápido em varejos físicos, o desenvolvimento de seu API permite que empresas parceiras possam integrar seus sistemas à solução da startup.

A tecnologia permite que facilmente qualquer varejista passe a identificar pagamentos com o rosto, simplificando a comunicação da ferramenta com sistemas de automação de mercado, Ponto de Vendas (PDVs), frente de caixas e aplicativos das mais diversas formas.

“Com biometria associada a outras técnicas criamos uma metodologia segura e à prova de fraude. Um varejista que está integrado com nós através de API não precisa se preocupar com nenhuma parte do armazenamento das imagens de reconhecimento facial ou dos dados de cartões de crédito. Todo esse cuidado já está dentro da nossa tecnologia”, explica Ricardo Fritsche, cofundador da startup.

Outra vantagem é a possibilidade de integração da ferramenta no próprio aplicativo do varejista, permitindo que se mantenha a identidade e a marca do parceiro. 

Conversão cambial e crédito na conta bancária em instantes 

Na FacilitaPay, startup que desenvolve uma plataforma integradora de pagamentos e transações financeiras cross-borders, praticamente todas as instâncias do serviço têm alguma automação executada por integração de softwares.

De acordo com Stephano Maciel, CEO da empresa, a API central da fintech é responsável por fazer conversão cambial, transações internacionais e creditar o saldo na conta bancária do cliente:

“O modelo tradicional dessas movimentações financeiras demoram até 72h para serem finalizados, mas nós criamos um sistema que faz tudo em segundos”.

Basicamente, o cliente tem um saldo em sua carteira digital dos pagamentos e transações recebidas por seus produtos e/ou serviços. Pelo dashboard, ele consulta este saldo e define quando serão convertidos em outra moeda e transferidos para sua conta bancária.

“Com isso,  o cliente sempre pode aproveitar a melhor cotação câmbio, gerando mais eficiência para a sua operação e para os usuários finais”, complementa.

Cobranças e antecipações

Automatizar cobranças é uma ótima maneira de economizar tempo e reduzir a inadimplência de clientes. Com o Asaas, fintech que oferece serviços de assistente digital do empreendedor, essa e outras funções podem ser realizadas por API.

“A plataforma se conecta com o sistema financeiro, site ou e-commerce da empresa, sendo que quando uma ação é feita nesses espaços, a geração de uma cobrança, a emissão de uma nota ou a antecipação de um pagamento, por exemplo, a execução é automática”, explica o CEO da fintech, Piero Contezini.

Não é mais necessário que o empreendedor acesse o Asaas sempre que precisar realizar processos ou buscar informações, já que tudo passa a ser feito dentro do seu próprio sistema, por integração e automação.

Compensação de cheques e abertura de conta

A Stoque, empresa de tecnologia focada na automação inteligente e digitalização de processos e documentos, desenvolveu uma API em cloud para o depósito de cheques de forma digital.

O documento é capturado através da câmera do celular e a API é responsável por extrair as informações da imagem, como dados do emissor do cheque e o código CMC7, e enviar ao banco.

“Toda a transação entre o cliente e o banco é feita de forma criptografada, seguindo todos os padrões de segurança do mercado e regulamentações do Banco Central. Com isso, além de ter mais agilidade e eficiência na operação, também garante toda a segurança para prevenir o vazamento dos dados”, explica Murilo Taranto, sócio fundador e diretor de novos negócios e tecnologias da empresa.

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