Por Natália Cunha, sócia e COO do Grupo Planetun.
Qual é a primeira coisa que vem à cabeça quando se pensa em inovação no mercado de seguros? As duas palavras juntas podem parecer contraditórias, afinal, sabemos o quão burocrático é esse setor. Um dos principais obstáculos que o consumidor tem ao contratar um seguro é provavelmente toda essa burocracia que faz parte do processo. Ninguém quer ficar lendo várias páginas, assinando mil termos e analisando contratos. Isso muitas vezes assusta no primeiro momento. Em síntese, seguros envolvem dinheiro, bens, transferência de valores significativos e vários outros detalhes, igualmente importantes.
Mas como ficam esses processos extensos perante um mercado que já é extremamente digital? De que maneira o setor de seguros, um dos poucos que ainda funcionam de maneira tradicional e sem grandes mudanças, está se preparando para o mundo digital? A resposta a essas e outras perguntas sobre a situação do setor de seguros hoje são as insurtechs. São elas que conduzem a inovação, desenvolvendo soluções disruptivas e para o setor. Transformação extremamente importante para que as seguradoras repensem o mercado e desenvolvam ofertas de produtos e serviços mais ousados e revolucionários.
Frequentemente questiono a inovação aos profissionais de seguros. O que ele pensa quando ouve essa palavra? Há muitos anos, o mercado trabalhou de forma obsoleta, onde o segurador tinha que passar por procedimentos burocráticos e ultrapassados para conquistar os seus clientes e fazer a diferença no mercado. Não é de hoje que o novo consumidor deposita suas expectativas sobre os produtos oferecidos pelas seguradoras. E isso demanda uma combinação de velocidade, transparência e tecnologia.
A Planetun já nasceu com suas soluções e processos digitais, e hoje buscamos converter digitalmente nossos clientes. Diante do isolamento social, iniciado há mais de um ano, vimos nossa demanda ser impulsionada. O volume de negócios teve um salto de 18,5% no primeiro trimestre de 2021 em relação ao ano anterior, que já havia crescido 40,52% em abril e maio de 2020 em comparação ao primeiro trimestre daquele ano. A expectativa de crescimento para esse ano em relação a 2020 é de 35%. Com a aceleração da demanda, a tendência é que este modelo se consolide de vez pós-crise. É uma nova consciência de que a inovação muda sim velhos conceitos, mas de forma positiva, otimizando o tempo e aproximando pessoas de forma segura.
Um exemplo de como essa transformação é algo que o consumidor busca, é o resultado de um de nossos chatbots. A inteligência artificial obteve aprovação dos usuários por sua assertividade, atendendo as necessidades deles sem que fosse preciso intervenção humana. Só no primeiro mês, o bot reduziu em 20% o atendimento humano. Sim, estamos cansados do isolamento social mas, quando se trata de burocracia, não nos importamos de resolver tudo com a máquina. Deixamos o contato humano com familiares e amigos que estejam próximos.
Este é o momento certo para o setor de seguros imprimir uma visão global sobre as tendências em inovação, engajando clientes antigos e captando novos usuários para os seus serviços. Acompanhamos inquietos a tradição de um setor que poderia se reinventar e fazer a diferença na vida do consumidor final. Inovar é a palavra chave para fazer a diferença e oferecer soluções que facilitam a vida do cliente tornando-a mais simples, segura e sustentável.
Ser inovador em um mercado tradicional é quebrar paradigmas incessantemente. É consolidar novos modelos de negócio e novas formas de executar diversas necessidades. Ao final dessa transformação de hábitos forçada, as empresas também vão voltar transformadas para uma nova perspectiva de trabalho, em que o futuro está na palma das mãos.