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ESG na indústria do plástico: é possível?

Foto: divulgação

Por Eloy Queija, CEO da Embalatec

Uma das bandeiras que permeou discussões relacionadas às práticas sustentáveis e que ainda hoje pode ser vista, é a que defende o fim da produção de plástico em todo o mundo. O material, oriundo do petróleo, é visto como altamente poluente e, portanto, demonizado por muitas pessoas. No entanto, o que pouco ainda se debate é que, produzido com eficiência e, principalmente, incluído em processos que fortalecem a cadeia circular, o plástico é um elemento vital para a sociedade. Mais do que isso: pode ser fonte de renda em diferentes meios de produção, e isso inclui também a indústria da reciclagem.

É neste contexto que as boas práticas de ESG ganham força na indústria do plástico. A sigla, que diz respeito a iniciativas de governança social, corporativa e ambiental, tem se tornado comum nas discussões empresariais. Seja para estreitar o relacionamento com o consumidor, seja para atrair investimentos, a produção sustentável nunca foi tão buscada pelas empresas. Estudos apontam inclusive, que os fundos de investimentos que se baseiam nas práticas ESG chegaram a uma marca histórica de US$ 1trilhão de patrimônio no mundo.

Em contrapartida ao crescimento da produção sustentável, pouco se discute – e se coloca em prática – boas atitudes quando nos voltamos para a indústria do plástico. Segundo a National Geographic, das 6 bilhões de toneladas de plástico que o mundo já produziu, nem 10% de tudo isso foi reciclado. O dado demonstra a falta de preparo da indústria e a falta de conhecimento do consumidor em relação a conceitos como reuso e reciclagem. Afinal, o primeiro passo para tornar a indústria do plástico ambientalmente eficiente é apostar na utilização de insumos já disponíveis no mercado. A economia circular, neste caso, é o caminho mais rápido e eficiente para a produção sustentável.

Especialmente na utilização de materiais para a rotina industrial e de transportes, quando o plástico tem pouco apelo estético e é visto, basicamente, como item funcional, é possível tornar seu uso sustentável. Os processos de reciclagem, que a partir da extrusão (queima) remoldam o insumo advindo da cadeia circular, garantem a reutilização em larga escala. Mais que isso: tiram do ambiente materiais poluentes para torná-los itens amplamente utilizados.

É na cultura do reuso que podemos encontrar a melhor solução para o uso consciente e assertivo do plástico nas mais variadas vertentes da economia. As boas práticas de ESG nesse segmento são plenamente possíveis e começam pelas escolhas que empreendedores e consumidores fazem no momento da compra e, especialmente, no descarte correto destes materiais. Afinal, quando volta para a economia, tornando-se novos produtos, o plástico é um item funcional e fundamental para nosso cotidiano.

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