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Cresce a procura por treinamentos gamificados com inteligência artificial pela indústria na pandemia

Foto: divulgação

Desde o início da pandemia a procura da indústria por treinamentos gamificados e com inteligência artificial (IA) cresceu 100%, segundo um levantamento feito pela Sábios, edtech de Florianópolis que atua há 12 anos com tecnologias imersivas para ajudar as empresas a aumentarem a performance dos colaboradores.

Além de dobrar o número de companhias desenvolvendo projetos imersivos, a plataforma, que em fevereiro do ano passado contava com 56,8 mil usuários cadastrados, saltou para 84,4 mil em fevereiro deste ano, um crescimento de quase 50%.

Demetrius Lima, CEO e cofundador da Sábios, destaca que as empresas passaram muitos anos investindo em metodologias tradicionais de capacitação, como o ensino a distância (EAD), e-learning, vídeos online e presenciais expositivos. No entanto, com o distanciamento social, além de não poderem mais realizar encontros presenciais, muitos colaboradores acumularam funções e processos operacionais ficaram mais rígidos, o que trouxe à tona algumas deficiências relacionadas às habilidades comportamentais, de cultura e de competências do trabalhador.

“Foi então que os gestores perceberam que era preciso ir além dos treinamentos convencionais que, apesar de serem necessários em alguns contextos, resultam em uma baixa performance de capacitação. Por isso, as empresas passaram a buscar soluções com metodologias mais eficientes e envolventes para aumentar o engajamento e, consequentemente, o desempenho dos colaboradores”, analisa.

Inteligência artificial para mapear gaps

Muito além do ensino tradicional, plataformas como a da Sábios conseguem simular as funções desempenhadas no dia a dia de um trabalhador por meio de um game online, onde o jogador é o protagonista e realiza as tarefas de forma lúdica e divertida.

Já a metodologia baseada em neurociência e com inteligência artificial consegue identificar os gaps em competência, comportamento e cultura de cada funcionário.

“Com as experiências imersivas, onde a pessoa faz aquilo que é acostumada a fazer na sua rotina, mas em um ambiente virtual e gamificado, é possível verificar onde estão os gaps e, dessa forma, mapear aquilo que precisa ser melhorado. Isso dá insumos para as empresas descobrirem onde está o problema e como resolve-lo”, explica o empresário.

Não por acaso, mais de 95% dos projetos desenvolvidos pela empresa são voltados para as áreas operacionais e de Segurança, Saúde e Meio Ambiente (SSMA) das companhias.

A procura por esses treinamentos têm crescido, principalmente, pelas indústrias dos setores de petróleo e gás, de alimentos, automobilístico, de logística e farmacêutico.

“São setores onde os trabalhadores estão envolvidos em processos operacionais que exigem atenção e conhecimento, além de estarem mais expostos a situações de perigo e precisam estar capacitados para prevenir acidentes e agir da melhor forma em caso de risco à vida”, explica.

Os treinamentos com tecnologias imersivas, como a gamificação com storytelling, já vinham crescendo nos últimos anos, principalmente pelo maior engajamento e eficiência na retenção de conteúdo que, segundo ele, pode chegar a 90% se comparado a métodos tradicionais de estudo.

Pesquisa realizada pela empresa americana de educação digital TalentLMS mostrou que 89% dos trabalhadores consultados responderam que se sentiram mais produtivos por meio da gamificação e que 83% se sentiram mais motivados.

Na pandemia, essa tecnologia ganhou ainda mais destaque no meio corporativo. Só para ter uma ideia, o mercado de gamificação, ainda de acordo com a TalentLMS, já movimentou quase US$ 7 bilhões em todo o mundo e a previsão é que os investimentos na área cheguem a US$ 40 bilhões em 2024.

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