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De olho no ESG: como empresas que usam materiais considerados vilões estão se reinventando

Foto: divulgação

Já não é de hoje que se sabe que os recursos naturais são limitados. Antes dos anos 1990, o assunto sustentabilidade e a ideia de reuso de materiais não era tão difundida.

O tema surgiu com força nas escolas após eventos em prol do meio ambiente tomarem lugar no Brasil e acordos para diminuir a poluição mundial serem assinados, como o protocolo de Kyoto, firmado em 1995.

Com a popularização do ESG (governança social, ambiental e corporativa), a sustentabilidade volta a ser foco, dessa vez nos negócios, que buscam estratégias para um desenvolvimento sustentável.

E o plástico, tratado muitas vezes como uma das principais fontes de poluição, também ganha novos contornos neste contexto.

Um estudo feito pela Kantar com 80 mil pessoas em 22 países, mostra que houve um crescimento de 11% entre as pessoas que levam sacolas reutilizáveis quando vão fazer suas compras, enquanto 5% a mais evitam usar plástico e houve um aumento de 18% entre os que passaram a usar artigos reutilizáveis.

Outro dado importante é que 9% a mais de pessoas resolveram evitar de comprar produtos em embalagens de plástico.

Em algumas situações, no entanto, como na própria indústria, o plástico tem importância fundamental e é o reuso do material que ganha destaque no desenvolvimento de estratégias de ESG.

A Global Footprint Network, organização de pesquisa internacional, afirma que até 2030 iremos consumir o equivalente a recursos de dois planetas.

Em face a esta informação, empresas vêm aderindo ao investimento em plástico PCR, que é o plástico feito de resina pós consumo.

Uma delas é a Embalatec, que retira do meio ambiente plástico já utilizado, transformando em matéria-prima para o uso em diversos outros tipos de produtos.

“Cerca de 94% de nossos clientes já são adeptos do uso do plástico PCR. Eles entendem que em alguns casos não há necessidade do apelo estético do plástico, somente a preocupação com o reuso de um material que é tão versátil na indústria e ao mesmo tempo pode causar danos ao meio ambiente se não utilizado conscientemente”, destaca Eloy Queija, CEO da Embalatec.

Ao todo, aproximadamente 70 toneladas de plástico são reutilizados todos os meses pela empresa. A empresa já teve um aumento de 24% no número de clientes que apoiam e utilizam a técnica em 2020, na comparação com 2019.

“Esse novo plástico deve ser utilizado em processos industriais e logísticos, onde não há um apelo estético, e pode ser usado em diversos outros produtos, sem perder suas características de desempenho, é realmente muito versátil”, complementa o empresário.

A produção mensal sustentável dos produtos da própria Embalatec gira em torno de 89%, e eles têm um objetivo bem claro em mente: chegar em 100%.

Segundo Eloy, “alguns clientes ficam receosos em usar o plástico reutilizável, devido à sua aparência e textura, que ficam diferentes do plástico feito de matéria prima virgem. Mas com as pessoas pensando cada vez mais consciente em consumo consciente, é o momento de investir nesta tecnologia que não vai apenas gerar retorno para o cliente, mas para o meio ambiente também”.

Estudos apontam que 8,9 bilhões de toneladas de plásticos primários (ou virgens) e secundários (produzidos de material reciclável) já foram fabricados desde a década de 1950. Deste total, 2,6 bilhões foram reaproveitados.

E no que depender de empresas com consciência sobre as vantagens da economia circular, como a Embalatec, o número deve ser cada vez maior.

“Boas práticas que incentivem o consumo consciente são plenamente possíveis. Nós produzimos plástico com a certeza de que mais contribuímos do que prejudicamos o meio ambiente”, finaliza o empresário.

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