Um movimento para o futuro. Assim definimos o TEDx, que acontece em diversos países do mundo. E, apesar da pandemia e o distanciamento social, o evento está mais perto do que nunca: acontece em nosso estado e de forma on-line, graças a um grupo de pessoas voluntárias que anualmente se reúnem com um único propósito: disseminar ideias.
No Economia SC Drops de hoje, conversamos com Humberto Cardoso Filho, que obtém a licença do evento para promovê-lo em Blumenau. Ele conta um pouco sobre como nasceu a vontade de organizar o TEDxBlumenau e como as ideias compartilhadas durante o evento são selecionadas.
Blumenau já recebe o TEDx desde 2015. Como surgiu essa vontade de trazer o evento de respaldo global para uma cidade com menos de 500 mil habitantes? Qual é o alcance do evento?
Humberto: Eu sempre fui muito engajado com voluntariado. Depois de anos de Centro Acadêmico e de, junto com um grupo de pessoas incríveis, fundar a AIESEC Blumenau, eu queria dar mais um passo. Meu termo de presidente da AIESEC estava terminando e queria continuar fazendo algo voluntário. Já conhecia o TED e o TEDx e, num café com um amigo (que dividiu a licença do evento comigo nos dois anos iniciais) resolvemos nos aplicar para trazer o evento para Blumenau. Fomos reprovados duas vezes antes de finalmente conseguir a licença e agora renovamos a mesma anualmente para continuar fazendo o TEDxBlumenau. Todo ano nós perdemos o controle de até o onde o evento chegou. Parte da graça do pós-evento é essa, “perder o controle” sobre onde tudo isso chegou.
Desde a pandemia, o formato é digital. Houve alguma diferença de engajamento do público? Quais as principais diferenças do TEDxBlumenau online para um presencial?
Humberto: Muita gente que é mais introspectiva ou tímida nos deu feedback que se sentiu mais a vontade para conversar e compartilhar no evento online, isso foi super legal! As principais diferenças são a falta da plateia e da troca presencial, e a escala física do evento que muda. Nós estamos acostumados a fazer cenografias enormes em todos os ambientes, então o desafio é transpor essa sensação de escala para algo que as pessoas assistem em uma tela. Fora isso, a gente faz o máximo para que a experiência seja o mais parecida o possível. Antes nós pensávamos na jornada da pessoa pelo teatro, agora a gente constrói um evento que pode ser assistido com conforto do sofá de casa.
É um evento que conta com o auxílio de voluntários. Como fazer com que pessoas doem seu tempo para fazer acontecer? A pandemia afetou de alguma forma o time? Positiva ou negativamente?
Humberto: O maior impacto negativo é não poder reunir a equipe presencialmente. Nós fazíamos isso pelo menos 1 vez por mês e eram sempre momentos muito proveitosos e divertidos. O TEDxBlumenau tem uma certa aura ao redor que faz com que as pessoas gravitem para ele. Somado a isso, a gente entende muito bem as motivações de cada voluntário para estar aqui e tenta suprir isso. Seja fazer trabalho voluntario, seja portfolio, seja experiência com organização de eventos… Nós criamos uma estrutura que faz uso do que cada pessoa tem de melhor, mas oferece plataforma e espaço para eles criarem e fazerem o que gostam também.
Como são escolhidas as melhores ideias para serem compartilhadas? O que um speaker precisa de diferente para entrar na edição?
Humberto: Em primeiro lugar, uma ideia que mereça ser compartilhada. Todo ano nós definimos o tema do evento e, com isso, partimos em busca de ideias que ecoem o que queremos passar naquele ano. Paralelamente, nós abrimos um formulário para qualquer pessoa do mundo que queira palestrar no TEDxBlumenau. Nós temos um time de curadoria que faz a primeira seleção e chama as ideias e pessoas mais promissoras para uma conversa virtual. Depois dessa conversa, cada ideia é analisada e aí tomamos a decisão se ela será aprovada ou não. Além disso, existe uma outra camada de diversidade que precisa ser levada em conta, com quantidade de palestrantes homens e mulheres, por exemplo.