Por Fabiano Sponholz Araujo, advogado especialista em direito público
A primeira vez que escutei sobre a tal da previdência complementar confesso que achei aquilo tudo conversa de vendedor.
Jovem advogado e com muito trabalho pela frente escutei com educação e disse que pensaria sobre o assunto. Menti. Nunca mais pensei sobre o tema.
Os anos passaram e a vida foi ensinando o que acontece com quem ignora a inevitável passagem do tempo.
Durante o exercício da advocacia cível fui vendo exemplos, infelizmente numerosos, do efeito que a ausência da educação financeira nos currículos e nas conversas de bar fez nas gerações que me antecederam.
Médicos de destaque que ao perderem a capacidade laboral perderam logo em seguida seu patrimônio ou se afundaram em dívidas para manter o acostumado alto padrão de vida.
Advogados trabalhando até o dia de seu falecimento, exaustos, mas sem possibilidade de parar. Profissionais que não se planejaram e cujas famílias logo após seu falecimento vão se desfazendo do patrimônio conquistado a duras custas, muitas vezes em negócios apressados pela falta de dinheiro.
Foi dessa percepção que a entidade para qual eu laborava decidiu pela criação de um plano de previdência. EFPC? Lá fui eu estudar o tema e o que descobri foi a ferramenta capaz de evitar todos aqueles casos que assisti ao longo dos anos. A construção de uma aposentadoria usando o tempo a nosso favor.
Encontrei no segmento de Entidades Fechadas de Previdência Complementar um grupo de profissionais apaixonados pelo que fazem amparados por uma legislação das mais modernas do mundo. Se temos a resposta pronta, um universo pujante de opções, falta agora provocarmos as perguntas. E quando você faltar? E quando lhe faltarem forças para produzir? Ou ainda: Vai trabalhar até morrer? Mesmo aposentado pelo INSS?
Milhares de anos atrás já dizia Confúcio: “Todos temos duas vidas. A segunda começa quando percebemos que só temos uma.” Não podemos permitir que essa reflexão seja fruto de nossa experiência individual, o preço será caro demais!
Quando penso nos anos que perdi sem previdência me entristeço, quando penso no efeito que essa ausência trará na sociedade reconheço que se trata de questão de relevância nacional.
A educação financeira será peça fundamental na construção da estabilidade em nosso país. Já temos alguns anos de atraso, mas o tempo ainda está do nosso lado.