Ao fazer a busca inteligência artificial no Google, aparecem na aba “imagens” inúmeras fotos de robôs performando ações futurísticas. Não é muito diferente do que vem à nossa mente quando pensamos na expressão. O termo foi criado por John McCarthy em 1956 e, desde então, muitas novidades na área da tecnologia foram surgindo.
É claro que inteligência artificial não diz respeito apenas a robôs, mas sim a diversas tecnologias que conseguem replicar competências humanas ligadas à inteligência.
Uma pesquisa da consultoria McKinsey mostra que empresas têm 50% mais oportunidade de obter lucro, investindo na tecnologia, contanto que já utilizem programas para coletar e processar dados.
Na construção civil, esses investimentos ainda são tímidos: conforme a consultoria IDC, em estudo com parceria da Autodesk, 58% das empresas do setor de construção ainda estão no estágio inicial da jornada para a inovação, ao passo que 28% estariam no meio do processo de transformação. Apenas 13% podem ser consideradas maduras em relação à adoção de novas tecnologias.
As possibilidades de uso da inteligência artificial na construção civil são muitas, mas é possível destacar algumas que já vêm sendo utilizadas no setor.
Uma delas é a robotização do canteiro de obras, permitindo que os trabalhadores e empreendedores foquem mais em trabalho mais intelectual e menos operacional. Há ainda a possibilidade de aperfeiçoar a experiência do cliente.
“O consumidor moderno está buscando cada vez mais um melhor atendimento quando compra um produto e, principalmente, um serviço. A tecnologia possibilita meios de atender às solicitações do cliente de forma rápida, automatizada e remota”, explica Jean Ferrari, CEO da FastBuilt, construtech que desenvolve soluções móveis, com foco no fortalecimento do relacionamento entre construtoras e clientes e redução de custos no pós-obra.
A empresa lançou recentemente a NIA, assistente virtual que surge para reduzir o trabalho operacional e o volume de atendimentos na construtora após a entrega do imóvel, fazendo com o que a movimentação de solicitações de parte do cliente seja mais ágil e transparente.
“O nosso objetivo com esta inovação é proporcionar autonomia, rapidez e eficiência para que o cliente da construtora possa se guiar sozinho ao surgir uma dúvida com relação a seu imóvel”, complementa o empresário.
O comprador terá a seu dispor dicas e informações sobre procedimentos, perguntas e respostas e boas práticas para manutenção do imóvel.
Com a assistente virtual, a startup aposta em um modelo de gestão que reduz o trabalho operacional e volume de atendimentos na construtora, enquanto torna o fluxo de solicitações do cliente mais transparente e ágil.
Em um estudo realizado pela Terracotta Ventures, ficou constatado que o número de startups com tecnologias voltadas para o setor de construção cresceu 19,5% em relação ao último ano. No total são 839 negócios com este perfil no país e 11,4% são de Santa Catarina.
“É nítido que o mercado das construtechs está começando a alargar os passos dados na construção civil, trazendo inovações que promovem melhorias tanto nos canteiros de obras quanto no pós-obra, para facilitar a comunicação com o cliente final. O que falta é a grande indústria perder o medo de investir em tecnologia neste setor”, conclui.