O isolamento social, as medidas de restrição, o home office e as diversas mudanças causadas pela pandemia fizeram da conectividade não mais uma alternativa, mas sim uma necessidade.
Esse fator acelerou a abertura dos brasileiros a experiências tecnológicas, alavancando crescimentos e oportunidades para setores como o financeiro, com os bancos digitais.
Um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisas Cananéia, aponta que 57% da população com acesso à internet já aderiu a modalidade bancária. Destes, 10% optaram por abandonar as instituições tradicionais.
O modelo vem dando uma nova cara ao sistema financeiro nacional e ampliando sua presença no setor. Um dos destaques do serviço é a satisfação dos consumidores que apostam em soluções criadas por fintechs.
Paulo Gomes, CEO da PagueVeloz, que oferece serviços financeiros customizados através de uma conta digital completa, explica que este crescimento permitiu que o segmento atingisse um patamar que só se imaginava alcançar dentro de alguns anos, trazendo visibilidade e oportunidades para o desenvolvimento:
“A agilidade é uma característica básica de toda fintech, elas nascem para isso, trazer soluções práticas para o cotidiano, mas a confiança ainda era um fator a ser trabalhado com os consumidores que tinham dúvidas sobre o ambiente virtual, o que nos levava a expectativas de atingir um patamar significativo de adesão em um período de tempo muito maior. Esse avanço favoreceu a competitividade e fomenta a evolução, fazendo com que mais soluções inovadoras sejam trazidas para o mercado”.
Para os empreendedores, os serviços bancários virtuais também se apresentam como uma alternativa, trazendo vantagens, sobretudo, no que diz respeito a custos, com diminuição ou isenção de taxas.
O empresário ressalta que, além dos custos, as instituições se destacam também pelo auxílio aos empreendedores na administração financeira:
“Essa é uma maneira inteligente de pensar nos negócios, já que as contas digitais permitem mais praticidade e assertividade para o trabalho dos gestores. É ter o controle da saúde financeira da empresa na palma da mão, tudo de maneira eficiente, descomplicada e transparente”.
No último ano, o Brasil registrou um total de 103,5 bilhões de transações bancárias, entre estas, 53 bilhões foram realizadas em aplicativos mobile, de acordo com dados da Febraban.
Seja pelos impactos do isolamento ou pelos avanços relacionados à experiência do consumidor na utilização dos serviços digitais, somente no último ano o mobile banking atingiu 198 milhões de contas ativas com média de 28 acessos mensais.
Rodrigo Hülsenbek, CEO da empresa de desenvolvimento de aplicativos PremierSoft, destaca que atualmente, com os avanços tecnológicos e leis que promovem a proteção de dados, os bancos digitais são ambientes seguros dentro do formato online e mobile:
“A maior preocupação, principalmente quando um aplicativo trabalha com transações financeiras, é a segurança dos usuários, por este motivo a criptografia é importante. Ela transforma as operações realizadas em códigos, os quais somente o emissor e o receptor podem acessar, garantindo que terceiros não tenham acesso às informações”.
Porém, ele explica que algumas garantias podem ser tomadas durante o uso para assegurar a proteção:
“Além de buscar sempre pelos aplicativos oficiais, os usuários também devem mantê-los atualizados. Constantemente novas versões são lançadas com inserção de melhorias, novas ferramentas de segurança e aprimoramento de vulnerabilidade. Estas revisões acontecem para corrigir erros e realizar checagens na programação que garantam a funcionalidade dos programas e a proteção dos consumidores”.