Cerca de 23% das micro e pequenas empresas fecham antes de completar cinco anos de atividade no Brasil, segundo estudo divulgado pelo Serviço Brasileiro de Apoio a estes negócios (Sebrae).
No caso dos Microempreendedores Individuais (MEIs), o índice chega a quase 30%. Para os pesquisadores, um dos principais motivos para o fim desses empreendimentos é a falta de planejamento e gestão financeira, sobretudo no contexto de crise econômica causado pela pandemia.
“O cenário certamente é desafiador para qualquer empreendedor. Justamente por isso, os cuidados com as finanças precisam ser redobrados. No entanto, mesmo questões básicas como controle do fluxo de caixa e classificação de despesas acabam, muitas vezes, sendo deixadas de lado por esses pequenos empreendedores por falta de conhecimento”, pontua Piero Contezini, CEO do Asaas, fintech que oferece uma plataforma completa de gestão financeira focada em autônomos e micro e pequenas empresas para mais de 56 mil clientes em todo país.
10% dos MEIs ainda não possuem conta bancária
Mesmo com tantas informações disponíveis gratuitamente hoje, 77% dos MEIs do país nunca fizeram um curso ou treinamento na área de gestão financeira.
“Alguns alegam não ter tempo, enquanto outros acreditam que tem o negócio ‘na cabeça’. Assim, se perdem nos ganhos e nas despesas, não conseguem ter uma previsão de faturamento e acabam fechando o mês no vermelho”, comenta o empresário.
A má administração do fluxo de caixa é um problema grave, mas que pode ser facilmente resolvido caso o empreendedor se dedique a analisar as entradas e saídas rotineiramente.
Para facilitar, hoje já existem diversos aplicativos e softwares de gestão financeira disponíveis no mercado a um preço acessível.
Para manter as contas organizadas, também é fundamental separar as verbas pessoais das empresariais. Embora seja uma dica bem comum, o Sebrae percebeu que apenas ⅓ dos MEIs têm uma conta de Pessoa Jurídica, enquanto cerca de 10% nem mesmo possuem conta bancária.
“Essas estatísticas fazem parte da realidade do Brasil, onde a inclusão financeira ainda tem muito a avançar. Porém, hoje, diversas fintechs já estão trabalhando para desburocratizar o acesso ao sistema financeiro, permitindo que a população até então desbancarizada possa acessar diversos serviços de forma descomplicada e barata”, reforça.
Gestão de gastos e cobranças são alternativas
Com a organização em dia, o empreendedor consegue avaliar melhor sua situação financeira e, quando necessário, classificar quais despesas são essenciais e quais podem ser cortadas para a redução de gastos.
Além disso, segundo o empresário, outra maneira de melhorar as finanças é incluir o gerenciamento de cobranças na estratégia do negócio:
“O método não costuma ser uma prática comum entre micro e pequenas empresas, mas pode fazer uma grande diferença nos índices de inadimplência dos seus consumidores, garantindo a entrada dos pagamentos previstos e evitando prejuízos”.
A fintech oferece uma ferramenta para automatização dessa gestão,o recurso envia lembretes e faz ligações de voz alertando sobre a data de vencimento dos pagamentos.