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Economia SC Drops: Como o Instituto Gustavo Kuerten atua em prol da transformação social em SC

Foto: divulgação

Ainda em clima de espírito esportivo por conta das Olimpíadas, o país pôde ver e ouvir atletas cujas histórias teriam sido bem diferentes se não fosse o esporte. A prática desportiva é, além de uma ferramenta para a saúde física e mental, um fator de transformação social. Em Santa Catarina, o Instituto Gustavo Kuerten é um dos pilares que sustentam esse papel do esporte. 

Nesse Economia SC Drops, conversamos com a assistente social e uma das fundadoras do espaço, Alice Thümmel Kuerten. Prestes a completar 21 anos, a organização promove oficinas esportivas e atividades educacionais para crianças, adolescentes e pessoas com deficiência. Em mais de duas décadas já foram mais de 80 mil pessoas atendidas nos programas desenvolvidos pela organização. Confira abaixo:

Como o instituto atua para a transformação social em Florianópolis? E qual a importância dele na vida das pessoas que passam por ele?

Alice: O Instituto Guga Kuerten foi criado para dar oportunidade às pessoas. Na vida, eu mesma como família comecei a ter oportunidades, e gerar oportunidades para o Guga. Há um tempo atrás, eu trabalhava na antiga Telesc e lá eu tive a oportunidade de apresentar meus filhos ao mundo da educação e do esporte. Portanto, quando vimos que poderíamos apresentar novas oportunidades às pessoas, criamos o Instituto com o propósito de utilizar o esporte como ferramenta educacional. Hoje em dia vimos que educando até aqueles que já se tornaram nossos professores, temos a certeza do quanto fazemos diferença na vida dessas pessoas e famílias.

Nessas Olimpíadas, conhecemos histórias e pudemos ver mais exemplos de superação graças ao esporte. Quais fatores são necessários para que a prática desportiva seja mais que uma atividade física, mas uma ferramenta social?

Alice: Nessas Olimpíadas vimos histórias interessantes, em todos os aspectos, positivos e também preocupantes no sentido da pressão sob os atletas. Isso é lamentável e não queremos que nossos educandos passem por isso. O que queremos é que eles tenham oportunidades e que a aproveitem. Nas Olimpíadas vimos muitos atletas que tiveram essas chances e aproveitaram, mostrando bons resultados e isso é fantástico. Porém, por outro lado vimos o tamanho da pressão estabelecida nesses atletas, os problemas psicológicos que eles têm, e o quanto eles precisam trabalhar com o sucesso e a derrota. Me lembro da primeira vez em que o Guga foi campeão de tênis em Roland Garros no qual ele foi muito elogiado. Na semana seguinte ele perdeu o torneio na primeira rodada e aí já foi super criticado. Então, acredito que a imprensa também tenha esse poder de “levantar” e ao mesmo tempo “derrubar”. Nas Olimpíadas a gente viu muito o quanto é preciso você primeiro ter oportunidade, aproveitá-la, levar a sério aquilo que você realmente sonha conquistar com muita disciplina, honestidade, amor e alegria. Por outro lado, é necessário que você tenha o acompanhamento da família e de profissionais da área psicológica para que não se deixe levar apenas pelas cobranças excessivas. 

O Instituto está prestes a completar 21 anos. Qual o balanço geral desses anos de trabalho no estado? Quais os próximos passos? E qual a maior lição?

Alice: Nesses 21 anos de Instituto o que mais temos de ponto positivo é que conseguimos manter os projetos apesar de termos passado por algumas crises, não só a pandemia, mas outras crises econômicas que o país enfrentou durante esse tempo. Continuamos com os projetos educacionais, com um grande projeto no interior de Santa Catarina, e hoje estamos em 187 municípios e 560 projetos dentro de instituições que atendem pessoas com deficiência. Um dos grandes triunfos do IGK é implantar os projetos e não precisar cortá-los por falta de recursos. Outro projeto que é destaque desses 21 anos de Instituto é o Cuidador Terapêutico que já está no seu oitavo ano e atua na formação e emprego de mais ou menos 100 profissionais por ano. O grande objetivo daqui para frente não é criar coisas novas, mas sim manter nossas quase 500 crianças/adolescentes, acompanhá-los até a universidade e continuar atendendo as instituições que trabalham com pessoas com deficiência.

Qual o papel do Guga, na sua visão, para essa transformação social?

Alice: De um modo geral, o Guga sempre tem uma preocupação muito grande na parte da transformação social. Todos os projetos que ele está envolvido, estão sempre relacionados a uma transformação, a um desenvolvimento pleno da cidadania e das pessoas. Por onde o Guga passa ele sempre procura deixar um legado, uma marca que contribua para o desenvolvimento do ser humano.

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