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Economia SC Drops: Como programas de incentivo à ciência, tecnologia e inovação impulsionam ecossistema de SC

Foto: divulgação

Santa Catarina é o 3° colocado nacional em inovação, de acordo com o Ranking de Competitividade dos Estados. E, de acordo com presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), Fábio Zabot Holthausen, ainda com muito potencial para crescimento. Ele é o convidado do Economia SC Drops para falar sobre a importância de programas voltados à ciência, tecnologia e inovação no estado. Confira abaixo:

Como a Fapesc atua em Santa Catarina?

Fábio: A Fapesc tem como missão promover o ecossistema de ciência, tecnologia e inovação por meio de fomento e da integração de seus agentes, objetivando o avanço de todas as áreas do conhecimento, o equilíbrio regional, o desenvolvimento econômico sustentável e a melhoria da qualidade de vida. Para isso, buscamos identificar as necessidades da sociedade e propor desafios apor meio de chamadas públicas ligadas aos nossos macroprocessos de atuação: pesquisa, inovação, formação de pessoas, inovação, internacionalização e premiações. Apesar de termos nossa sede na cidade de Florianópolis, atuamos em todo o estado utilizando as oportunidades das chamadas públicas, as ferramentas tecnológicas, a visitação aos atores, mas especialmente por meio das parcerias com as universidades, centros de inovação, incubadoras de empresas, laboratórios e grupos de pesquisa. Apoiamos eventos de diversas regiões e pesquisas básicas e aplicadas, além da concessão de bolsas de mestrado e doutorado. Estes instrumentos nos possibilitam estarmos próximos das regiões e dos atores do ecossistema. Primamos pela oportunidade universal e igualitária. Essa é uma diretriz legal, mas que foi muito reforçada pelo governador Moisés quando me nomeou para a liderança desta importante instituição. Desta forma, podemos estar presentes com oportunidades para todos os municípios, permitindo o acesso aos recursos e conexões a todos os catarinenses. Essa estratégia fortalece o ecossistema. Um exemplo do acesso democrático e universal aos programas e apoios da Fapesc é a criação de gatilhos de regionalização, ou seja, quando cabível pela característica da chamada, estabelece os critérios de regionalização para que possamos contemplar pelo menos um projeto em cada região do estado. A Fapesc também está presente nos 15 Centros de Inovação, que integram a Rede Catarinense, e possui importantes projetos em parcerias com as Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICTIs). São projetos de pesquisa e inovação que beneficiam todo o estado. Um destaque que deve ser feito é a conexão com as universidades comunitárias do Sistema ACAFE, as IES federais e a Udesc, pois disponibilizam seus pesquisadores para o desenvolvimento dos projetos apoiados pela Fapesc nas diversas regiões do estado. Nossa intenção é sempre ampliar nossos programas e buscar mais recursos para investir no desenvolvimento sustentável do estado e de suas instituições/empresas, mas de forma muito especial para apoiar e amparar as pessoas, que são os ativos mais importantes de nosso estado.

Como a inovação, tecnologia e novas ideias que passam pela Fapesc se destacam no cenário nacional?

Fábio: Na Fapesc, procuramos dar o apoio necessário para que o projeto saia do papel ou receba o impulso para se desenvolver e buscar novos apoios no cenário nacional e até internacional, seja no setor público ou privado. Vários projetos apoiados pela Fapesc prosperam e se destacam, refletindo no desenvolvimento inovador de Santa Catarina. Os programas oferecidos pela Fapesc proporcionam uma trilha da inovação. Por exemplo, a empresa pode iniciar lá pelo Programa Nascer, que é de pré-incubação de ideias. Ali ele recebe todo o apoio para o desenvolvimento do projeto e se prepara para uma incubação com mais chances de sucesso. Esse mesmo proponente pode passar pelo Programa Centelha, já com distribuição de recursos, e, por fim, pelo Tecnova, um programa mais maduro e que disponibiliza um volume maior de recursos para o desenvolvimento de novos produtos ou processos. Em Santa Catarina temos um ambiente favorável ao empreendedorismo e inovação, e isso é reflexo dos vários apoios e engajamentos das diversas instituições do estado. Com o diálogo e conexão procuramos estar comprometidos com propósitos comuns e caminhando numa mesma direção criando parcerias e programas conjuntos e/ou complementares e não gerando concorrência desfavorável. A partir destes fatores e do fomento do Governo do Estado por meio da Fapesc e da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, contribuímos para que os outros estados e países olhem para Santa Catarina e para suas empresas, universidades e inovações. 

Qual o potencial de SC em relação à inovação? Como programas auxiliam na concretização de projetos?

Fábio: Santa Catarina é o 3° colocado nacional em inovação, de acordo com o Ranking de Competitividade dos Estados. E ainda temos muito potencial pela frente. De acordo com o Observatório da ACATE, a participação do setor de Tecnologia no PIB de Santa Catarina é superior à média nacional. Ainda de acordo com esses dados, Santa Catarina representa mais de 7% do faturamento total do setor de tecnologia nacional. Podemos dizer que, de certa forma, todos os programas da Fapesc auxiliam na concretização desses projetos, seja com as bolsas de pós-graduação que ajudam a melhorar a formação de profissionais, que vão refletir num mercado de trabalho mais competitivo. São pesquisas desenvolvidas dentro das ICTIs que vão refletir em mais qualidade de vida aos catarinenses e na solução dos problemas que impactam na sociedade. Em 2020, por exemplo, quando iniciou a pandemia, a Fapesc lançou, de forma quase que imediata, chamadas públicas para apoiar pesquisas e projetos de inovação que pudessem contribuir ao combate a essa doença, e, tivemos uma resposta imediata das empresas e pesquisadores. Além disso, temos programas como Nascer de Pré-Incubação de Ideias (em parceria com o Sebrae/SC) e o Centelha (em parceria com a FINEP e CNPq) que incentivam o surgimento de novas startups e, por consequência, novos CNPJs. Na primeira edição do Programa Nascer foram 88 startups criadas, mesmo isso não sendo um dos requisitos do programa. O Programa Centelha foi lançado antes da pandemia, mas os recursos, de R$ 1,68 milhão, beneficiaram 28 empreendedores em um momento em que todo país passava por dificuldades econômicas. Esse programa é uma parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e CNPq e que terá uma nova edição em 2021 com ampliação dos recursos e do número de empresas apoiadas. Além destes programas, apoiamos dezenas de incubadoras de empresas e todos os 15 Centros de Inovação da rede estadual. Com esses programas e outros investimentos buscamos gerar oportunidades aos nossos empreendedores e pesquisadores para que permaneçam em suas regiões, mas também atrair talentos para as diversas regiões do estado. Estas são diretrizes de um governo com programa de desenvolvimento de estado. Não posso deixar de agradecer o apoio e incentivo recebido pela Fapesc do governador Carlos Moisés, do Secretário de Estado Luciano Buligon (SDE) e dos Secretários Paulo Eli e Michelle Ronconi (SEF), que reconhecem a importância da Ciência, Tecnologia e Inovação para a sociedade catarinense e têm sido decisivos para o aumento dos investimentos da Fapesc em seus programas.

O que ainda precisa ser feito?

Fábio: Podemos dizer que sempre há o que ser feito. A Fapesc, além de fomentar o ecossistema, procura ouvir esses atores, entender o que precisam e o que pode ser feito por parte do Governo do Estado. Neste ano, realizamos, de forma inédita, a Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação totalmente virtual. Cada região teve a oportunidade de discutir e elencar suas prioridades. Esse documento será lançado em breve e irá nortear as ações nos próximos anos não só de órgãos públicos, mas também servirá de balizador para os setores privados. Vamos retomar o Programa de Apoio a Eventos de Ciência, Tecnologia e Inovação e apoiar de forma estruturante os Centros de Inovação de Santa Catarina, para que sejam o hub de conexão entre os atores do ecossistema e entre as regiões do estado. Queremos ampliar de forma estruturada os investimentos para CTI, consolidar programas de pesquisa, bolsas internacionalização e inovação, para que os pesquisadores, universidades, estudantes e empreendedores possam se programar e contar com essas oportunidades. Um desafio importante é manter e ampliar os programas e a participação dos atores nas diversas regiões do estado, para que o desenvolvimento seja o mais homogêneo possível (em termos de oportunidade). Por fim, gostaria de agradecer todo o espaço que os meios de comunicação têm dado para as ações de ciência e inovação, pois isto permite termos transparência das ações e utilização dos recursos públicos, mas também, para inspirar e motivar outros empreendedores e pesquisadores, e ainda, gerar novas conexões e oportunidades. Este, também, é um de nossos desafios e que contamos com o apoio dos meios de comunicação. Por isso, obrigado.

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