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Economia SC Drops: Como o empreendedorismo universitário está transformando carreiras e como essa nova cultura reflete na sociedade

Foto: divulgação

Conseguir um diploma para ter boa colocação no mercado de trabalho não é mais o único foco de quem cursa o ensino superior. Segundo a Associação Brasileira de Startups (Abstartups), entre 2011 e o fim de 2019, a quantidade de empresas abertas por universitários aumentou 20 vezes.

O empreendedorismo universitário é uma tendência e vem sendo trabalhado nos anos de graduação. Para entender mais desse conceito e os benefícios dessa (razoavelmente) nova mentalidade, o Economia SC Drops conversou com Hemerson Schenato, empreendedor e fundador do projeto Reuni, organização sem fins lucrativos cujo objetivo é  resgatar e promover o empreendedorismo universitário. Confira abaixo:

O que é o empreendedorismo universitário? Qual a importância dessa nova cultura nas instituições de ensino superior?

Hemerson: É possibilitar que o aluno tenha vivências da cultura empreendedora durante a sua jornada acadêmica, permitindo que eles desenvolvam habilidades comportamentais necessárias para o mundo atual. Desenvolver a cultura empreendedora é importante para que os alunos não pensem que empreender é só quando cria um negócio, mas também quando eles estão trabalhando em pequenas e grandes empresas, em projetos de impacto social.

Como a mentalidade universitária voltada ao empreendedorismo pode beneficiar a economia?

Hemerson: No ambiente acadêmico existe muita pesquisa científica que pode resolver muitos problemas do mundo real, porém, a grande maioria deles fica parada nos artigos e papers sem aplicação. Então desenvolver a cultura empreendedora no ambiente acadêmico empodera e cria mecanismos para que esses pesquisadores possam aplicar essas pesquisas em uma empresa, em sua comunidade. E por consequência, empresas com características inovadoras podem ser criadas, gerando empregos e impactando positivamente a economia.

Quais as principais transformações que a cultura empreendedora pode trazer ao público universitário?

Hemerson: Hoje grande parte do ensino acadêmico é direcionado para fortalecer os aspectos técnicos dos alunos, raramente são trabalhados aspectos comportamentais, então a cultura empreendedora estimula o desenvolvimento dessas características deixando o aluno mais preparado para o mercado de trabalho. Outra transformação importante é que, em sua maioria, o público universitário está bem distante das empresas, startups, dos centros de inovação da sua região, então a cultura empreendedora fortalece a aproximação e conexão dos professores, pesquisadores e alunos com o ecossistema local. 

De forma geral, como está o cenário do empreendedorismo universitário no Brasil hoje? Quais os próximos passos e desafios?

Hemerson: Segundo dados da Endeavor, no Brasil, cerca de 30% dos alunos se consideram empreendedores ou pensam em empreender em algum momento, números bem inferiores aos de países como Chile (47%) e EUA (88%). Essa diferença dos números está atribuída ao investimento no desenvolvimento da cultura empreendedora durante o período acadêmico. Precisamos cada vez mais investir em ações que permitam a conexão do ambiente acadêmico com a realidade de mercado, estimular que os pesquisadores, professores e alunos participem de diversas atividades empreendedoras ligadas ao ecossistema local e, principalmente, empoderar para que as pesquisas realizadas sejam aplicadas na comunidade, resolvendo problemas reais.

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