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Economia SC Drops: Como a inovação modificou a licitação de serviços na gestão pública

Foto: Cintia Stramosk

A presença da tecnologia e da inovação está cada vez mais forte no setor de compras públicas. Além disso, essa modernização está começando a dar as cartas sobre o cenário e os rumos das licitações.

Para saber mais sobre esse tema, o Economia SC Drops conversou com ​​Fernando Salla, especialista em inovação nas compras públicas e CEO da Effecti, startup de tecnologia que desenvolve soluções de automação para licitantes. Confira abaixo:

Como a mudança de percepção e a inserção da tecnologia alteraram as formas de governos licitarem serviços?

Fernando: Realizar suas compras de maneira eletrônica trouxe grandes avanços para a administração pública. A execução das etapas externas das compras passou a ser muito mais célere e também permitiu um aproveitamento significativo do uso do dinheiro público. Com a redução dos custos de deslocamento pelo fornecedor e o aumento de empresas participando de uma mesma disputa, o governo começou a sentir o impacto na redução dos preços e também pode passar a contar com uma rede ampliada de fornecedores. O aumento da transparência também trouxe uma mudança significativa para os governos. Com as informações disponíveis em tempo real e podendo ser consultadas a qualquer momento pelas autoridades e cidadãos tem-se maior certeza sobre a aplicabilidade dos recursos e reduz-se significativamente as possibilidades de fraudes e/ou desvios de conduta de ambos os lados da mesa.

Quais os diferenciais e as vantagens em automatizar processos licitatórios?

Fernando: Ao longo dos últimos dois anos, a transformação digital no setor público ganhou destaque e começou a ser incorporada nos métodos de negociação para contemplar e acompanhar a modernização de todos os outros setores. A primeira grande mudança aconteceu com o pregão eletrônico, que surgiu em outubro de 2019 como uma possibilidade legal de contratações e grande avanço tecnológico, por representar uma economia para os recursos públicos e agilidade para o procedimento de aquisição. Já por parte dos licitantes, empresas utilizam softwares capazes de reduzir o número de pessoas em uma operação e potencializar a participação em licitações e pregões. Dessa forma, colaboradores podem ser destinados a outras funções e a estratégia de negócios da empresa com o governo pode ser melhor aproveitada. A automação das ações facilita a atuação do empresário que, muitas vezes, precisa lidar com dificuldades por conta do número de processos em que está envolvido ou da impossibilidade manual de cadastrar suas propostas e monitorar suas convocações, por exemplo.

O que podemos esperar desse setor futuramente? Quais as tendências?

Fernando: Acredito que o futuro próximo já esteja bem desenhado e orientado a partir dos últimos 2 grandes movimentos que ocorreram no setor, o decreto 10.024/2019 e a nova lei de licitações 14.133/2021. Se feito de maneira organizada e planejada, vender para o governo torna-se um grande negócio para qualquer empresa. Uma tendência natural é que tenhamos cada vez mais a realização de processos de licitação ocorrendo na modalidade eletrônica em detrimento da quase extinção da modalidade presencial. Este movimento tende a aumentar o número médio de empresas participantes nos processos, já que torna-se mais barato e viável para que as empresas participem de várias licitações simultaneamente e sem custos de deslocamentos. Outra tendência é o aumento pela busca de capacitação já que novas leis entrarão em vigor e o modo de disputa eletrônica deve atrair novas empresas para o mercado. Por fim, ainda acredito que teremos cada vez mais uma aproximação do modelo de comercialização praticado no mercado privado, mantendo-se todas as regras exigidas e alinhadas com a governança e bom manejo dos recursos públicos, mas adotando métodos que permitam segurança jurídica e celeridade, algo que devemos ver acontecendo em breve com o marketplace de compras públicas.

Como a Effecti viu essa oportunidade? De onde surgiu a ideia para explorar esse nicho?

Fernando: Os fundadores da Effecti atuaram por muitos anos em uma empresa que desenvolve soluções para a administração pública. Desde aquela época já enxergavam a dificuldade que os fornecedores tinham em encontrar oportunidades de negociar com o governo, bem como em executar todas as etapas de uma licitação e contrato com segurança. Somando o sonho de empreender com o advento do uso da tecnologia cada vez mais evidente nos processos de licitação e a adoração cada vez maior dos pregões eletrônicos, o mercado começou a apresentar no meio digital muitas das dores que aconteciam no relacionamento presencial e que já conhecíamos. Desta forma, foi possível aplicar a tecnologia para resolver de maneira escalável um dos maiores problemas existentes, que era o acompanhamento dos processos que a empresa participou entre a etapa de disputa de lances e a assinatura do contrato. Esta foi nossa primeira solução para este mercado.

Como funciona a solução da empresa?

Fernando: A Effecti é um software de automação para gerenciar todas as suas licitações em um único lugar. Na etapa encontrar licitações você recebe diariamente milhares de licitações disponíveis para a sua empresa participar. Com filtros inteligentes, enviamos apenas as licitações que tenham relação com os produtos e serviços da sua empresa. São mais de 500 mil novas oportunidades todos os meses. No cadastro de propostas é possível exportar planilhas com dados do portal, editar informações e calcular automaticamente o valor total de cada item. Com poucos cliques, também é possível adicionar o documento de habilitação, gerar a proposta final em PDF e enviar ao portal. Com o parametrizador de lances (robô de lances), é possível participar de centenas de pregões eletrônicos ao mesmo tempo independente do portal, utilizando estratégias inteligentes de disputa e o envio de lances em tempo real de forma automatizada. Após vencer a licitação, o software Effecti monitora todas as convocações nos chats dos pregões eletrônicos da empresa, seja por alerta sonoro ou via aplicativo de celular.

Há seis meses, a Effecti foi adquirida pela M&A com nuvini. Como essa aquisição transformou a empresa?

Fernando: Após a aquisição da Effecti pela Nuvini a empresa pode acelerar seus planos de crescimento através da ampliação do time de maneira significativa. Agora conseguimos atacar vários projetos simultaneamente ao processo de crescimento da solução atual. Dada a visibilidade e os planos da Nuvini para o futuro, a Effecti se tornou uma empresa ainda mais interessante e atrativa para talentos de todo o país. Internamente, tivemos apoio e orientação para construir uma base sólida e robusta para continuar crescendo de maneira acelerada, porém organizada. Todos os colaboradores conseguem enxergar com clareza o quanto este movimento foi importante e como ele já vem impactando positivamente com o alcance de objetivos audaciosos.

Quais os próximos passos da Effecti?

Fernando: A Effecti deseja estar cada vez mais presente no dia-a-dia dos licitantes, avançando na solução de problemas que ainda não são resolvidos pelo mercado atualmente. Nossa intenção é tornar a execução das tarefas dos fornecedores do governo mais simples e eficientes, que além de continuar confiando em nossas soluções em automatizar tarefas, também possam passar a contar com nossa experiência no mercado para avançar em questões estratégicas do seu negócio. Buscamos reforçar nosso time ainda mais para continuar cumprindo com o nosso propósito de gerar liberdade na vida das pessoas.

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