Um discurso comum entre profissionais e lideranças de tecnologia é o de que automação e robotização de processos chegam para reduzir o volume de contratações de humanos.
Enquanto as empresas buscam passar pela transformação digital, o que é fundamental para a sobrevivência no mercado, encontram a resistência daqueles que ainda acreditam nesta falácia da substituição.
A relação entre humanos e robôs retratada em filmes de ficção científica foge, e muito, da realidade. A revolução das máquinas acontece, sim, mas não no sentido de tomar o poder ou ter total autonomia como o cinema incutiu no nosso imaginário.
Automatizar é uma iniciativa que está mais ligada à estratégia de produtividade e melhor aproveitamento das pessoas do que a sua substituição em si.
É o que chamamos de revolução das competências: enquanto em décadas anteriores cabia ao ser humano realizar as atividades operacionais (abrir softwares, digitar e copiar, realizar tarefas repetitivas), hoje são os sistemas que cuidam dessas atribuições.
Enquanto isso, empresas alinhadas com conceitos como o da indústria 4.0, buscam garantir que seus times sejam formados por profissionais em constante atualização, prontos para aliar as soft skills (como resiliência, capacidade de concentração e empatia) com as hard skills (conhecimentos técnicos ligados à sua área de atuação).
Neste processo, os robôs e sistemas de automação não impactam negativamente a rotina de quem está disposto a seguir se atualizando.
Pelo contrário: representam novas oportunidades de crescimento profissional e participação efetiva no cerne dos negócios, em iniciativas estratégicas e analíticas.
É claro que, para quem não está disposto a sair da zona de conforto, passar pela automação pode representar um risco.
Afinal, em empresas que investem em tecnologia, não há lugar para quem usa discursos como “sempre fiz assim, não preciso mudar” ou “não vou pagar tal curso do meu bolso, meu conhecimento me basta”.
Para se ter uma ideia do impacto positivo na geração de empregos mais qualificados, uma pesquisa da ManPower Group mostra que a relação humano x robô só traz ganhos: de 41% das organizações que irão automatizar tarefas nos próximos dois anos, 24% irão criar mais empregos. E para 81% dos empregadores ouvidos, uma consequência da automação é justamente o aumento da força de trabalho em seus negócios.
Isso porque muitos gestores já entenderam que, ao automatizar, unem o melhor da tecnologia com o melhor das pessoas. E o resultado é mais produtividade, foco no que realmente faz a diferença e maior oportunidade de negócios.
Como você, gestor ou profissional, tem lidado com esse cenário? Tem investido em habilidades que só nós, humanos, podemos entregar para os negócios ou segue lutando contra o que já é realidade?