Após o crescimento de 20% em vendas de embarcações de esporte e recreio no ano passado e com mais de 900 mil embarcações navegando no Brasil, de acordo com dados da Associação Brasileira de Construção de Barcos Seus Implementos, o mercado náutico segue em expansão este ano com reflexos para demanda por vagas em marinas, produtos náuticos e prestadores de serviços.
Para se ter uma ideia, estima-se que cada instalação de apoio náutico com 300 embarcações pode gerar mais de R$ 141 milhões para a economia local e garante 780 postos de trabalho, segundo estudo da entidade.
Conhecida pelo turismo náutico e como maior produtor de embarcações de lazer do país, Santa Catarina já sente os reflexos do aumento em vendas de barcos durante a pandemia.
Uma das principais estruturas náuticas do Sul do país, a Marina Itajaí, no litoral norte do estado, já recebeu quase 300 embarcações para reparos este ano.
“A Marina Itajaí se tornou referência no país não apenas como local para ancoragem e lazer, mas também em termos de estrutura para manutenções de embarcações. Um dos diferenciais é que somos os únicos no Sul do país com equipamentos de alta tecnologia para a movimentação de barcos com até 75 toneladas e pátio capaz de receber 11 embarcações de 85 pés de forma simultânea. Outra vantagem é que a cidade possui mão de obra qualificada e cada vez mais as empresas estão se especializando e por isso Itajaí tem se tornado um polo náutico que é referência em todos os setores”, avalia a gerente comercial da Marina Itajaí, Natasha Secchi.
Outra empresa que já identifica incremento em vendas devido à alta demanda por insumos para a construção e manutenção de embarcações no Brasil, tanto para o mercado interno quanto para a exportação, é a Catarina Náutica.
Considerada uma das maiores revendedoras e distribuidoras de suprimentos náuticos brasileira, a empresa estima aumentar em 25% as vendas de resinas, tintas, selantes e produtos de construção e reparo de barcos, até equipamentos eletrônicos de navegação, ancoragem e salvatagem, entre maio e novembro.
“Como a venda de barcos novos e usados está muito aquecida no Brasil, esse é um comportamento esperado. Para atendermos esse reflexo que foi significativo para toda a cadeia náutica, recentemente investimos cerca de R$ 350 mil na inauguração de um shopping náutico em Itajaí, SC, além de contratação de mão de obra e um laboratório de colorimetria da Sikkens – AkzoNobel capaz de scanear com precisão mais de 2 milhões de cores na base de dados para a análise da pigmentação e repintura correta da embarcação. E ainda planejamos expandir ainda mais com a estruturação de centros de relacionamento com clientes em marinas”, explica Roberto Deschamps, diretor da Catarina Náutica.
O argentino Eduardo Bonfante, de 48 anos, proprietário do veleiro OCA, é um dos velejadores que optou por erguer o barco e fazer a reforma da sua embarcação em Santa Catarina:
“Comprei um veleiro Bavaria de 40 pés e escolhi a Marina Itajaí, no litoral norte, pela sua infraestrutura. Meu barco foi para pintura do fundo e ficou cerca de 12 dias fora da água para reparos. Além da estrutura, outro ponto positivo que percebi da região é a facilidade de encontrar tanto mão de obra como os produtos específicos para náutica desde lixas, tintas e pinceis até correntes de âncora, vasos elétricos, entre outros, através da Catarina Náutica, bem perto da marina, para a reforma”.